Quinta, 09 Mai 2024

Quando se vai a um estabelecimento bancário, é preciso passar pelos controles de segurança na entrada, e muitas vezes há uma fila de espera para chegar ao caixa. O interesse dos bancos pelo lucro cada vez maior fez com que muitos funcionários fossem despedidos e o cliente virasse funcionário do banco, tendo de ele mesmo fazer as operações bancárias (saque, pagamento, transferência etc.). A vontade de reduzir custos foi tanta que alguns bancos exageraram, colocando infra-estrutura mínima de atendimento, o que provoca filas quilométricas e bastante demoradas.

 

Seria apenas bom senso do sistema bancário valorizar os clientes, evitar que eles percam seu precioso tempo nas filas, mas como a obsessão pelo lucro excessivo fez os bancos esquecerem o bom senso, não se importando com um mínimo de condição de atendimento, vieram as leis, em muitas cidades, determinando multas aos bancos que não conseguirem atender seus clientes em no máximo 15, 20 minutos, em dias normais.

 

Para controlar isso, há uma senha com horário de chegada que o cliente obtém ao entrar no banco e que deve receber o registro do caixa com o horário do atendimento. Daí, se a diferença entre os dois horários for maior que a legalmente permitida, o banco será multado – quantas vezes forem necessárias – até que providencie funcionários e equipamentos em número suficiente para que a fila não mais seja excessiva.

 

Mas, nosso assunto são os terminais de contêineres e cargas, existentes perto dos portos. Falta de estrutura, de funcionários e outras razões, do mesmo modo que nos bancos, fazem com que enorme fila de caminhões se forme à sua entrada, congestionando o trânsito urbano e às vezes até o rodoviário. Há motoristas que chegam com sua carreta e têm de ficar dezenas de horas na fila, aguardando a instrução para entrar no terminal. Não podem sequer sair da fila para se alimentar, por exemplo, pois perdem o lugar.

 

Curiosamente, quando há fiscalização, algo acontece e, por mágica, o atendimento é agilizado, as filas rapidamente desaparecem. Mas, faltam fiscais às portas de todos os terminais, zelando para que tal mágica aconteça.

 

Então – a idéia foi de um caminhoneiro -, uma solução talvez fosse a edição de uma lei determinando um tempo máximo na fila, e a entrega de senhas com horário de chegada e atendimento no portão de entrada dos terminais, para garantir o cumprimento da lei ou as multas aos terminais menos ágeis.

 

Diante desse fato, os terminais teriam de encontrar formas para evitar a formação de filas, que podem ser: a programação das chegadas dos caminhoneiros ao terminal, com algum posto de controle distante para evitar que muitos caminhões cheguem simultaneamente; a entrega de senhas de atendimento aos caminhoneiros que chegarem, permitindo que eles estacionem em outros locais e retornem apenas no horário previsto; a agilização dos procedimentos de portaria (identificação, conferência de documentos), para que os veículos possam entrar mais rapidamente nos pátios; a criação de pátios internos de espera para os caminhões, com infra-estrutura adequada e segura para os motoristas se alimentarem, descansarem etc. Cada terminal que adote o conjunto de procedimentos mais conveniente, desde que seja evitado o congestionamento do trânsito nas proximidades de sua entrada.

 

Afinal, a maior diferença entre o cliente que leva seu dinheiro ao banco e o caminhoneiro que leva sua carga ao terminal é que, no segundo caso, quem chega já traz seu próprio cofre (cofre de cargas é um outro nome para designar o contêiner)...

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