Sábado, 04 Mai 2024

Há quem acredite que os raios não caem duas vezes num mesmo lugar. Mentira. Caem, sim, principalmente se as condições que atraíram o primeiro raio persistirem, atraindo novos raios.

 

Da mesma forma, se as condições que determinaram o primeiro grande black-out brasileiro deste milênio não forem eliminadas por completo, há grande chance de em breve termos de enfrentar novamente o mesmo contratempo. Com todas as previsíveis conseqüências negativas para a economia do País, e para a população.

 

Da primeira vez, a população fez a sua parte. Pediu-se que ela economizasse energia, e ela economizou. Mais até: educou-se, aprendeu a não desperdiçar. E o resultado: foi castigada. O governo, à revelia da vontade popular, premiou as empresas do setor de energia com um adicional tarifário para compensar o lucro cessante causado pela redução no consumo. E quem pagou por ter economizado foi o consumidor.

 

Agora, vários anos depois, novamente estão criadas condições para um novo racionamento de energia no Brasil. Só isso já vale para quem pretende investir no País ficar alerta: seu investimento pode ficar literalmente parado, a não ser que o investidor esteja instalando uma usina elétrica.

 

O fato é que providências de diversos tipos foram tomadas, mas elas se mostram insuficientes para aplacar os temores do empresariado. O Brasil está crescendo, e isso implica em aumento natural no consumo de energia. Então, é preciso investir mais, muito mais, na geração elétrica. E rápido.

 

Só para lembrar: Santos é o único porto brasileiro com hidrelétrica própria. Mas, mesmo que ela seja suficiente para as necessidades do porto, de nada adiantará se as indústrias pararem, não houver o que embarcar ou desembarcar.

 

Foto: Cid Beraldo, disponível em www.geocities.com/ferrovias_brasil

A Usina Hidrelétrica de Itatinga gera eletricidade para o Porto de

Santos, o único, em território nacional, a contar com fornecimento próprio

 

E ainda: o primeiro black-out teve como culpado o governo da época, que fora alertado e nada fez. Agora, é justamente um governo de oposição – do mesmo partido que antes criticava a falta de atitudes que levaram ao racionamento de eletricidade – que poderá ter de enfrentar o problema. Afinal, não consta que os responsáveis pelo clima – São Pedro, Xangô, Zeus ou Júpiter, ou apenas elétrons desgarrados, como prefira o leitor – estejam filiados a algum partido político, e pouparão este ou aquele governo inconseqüente...

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