Com um futuro de incertezas no horizonte, os participantes do Portus, o Instituto de Seguridade Social dos profissionais que atuam junto à administração dos portos brasileiros, clamam por uma definição do Governo Federal quanto ao déficit do plano. O Portus está sob intervenção federal desde agosto de 2011 e a contribuição mensal ao fundo de previdência pode ser reajustada em mais de 200%, onerando os ganhos da categoria. Diante dessa complexa situação, os representantes dos portuários estão se mobilizando para encontrar uma solução viável junto ao Poder Público.
Na quarta feira, 14 de março, a Federação Nacional dos Portuários (FNP), os sindicatos dos portuários do Rio de Janeiro, de São Paulo e do Espírito Santo, as associações de participantes do Portus e os deputados federais João Paulo Papa (PSDB-SP) e Paulo Pereira da Silva (SD-SP) estiveram em audiência com o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha (MDB), e seu secretário-executivo Daniel Sigelmann (ex-membro do Consad da Companhia Docas do Rio de Janeiro e, portanto, conhecedor de detalhes dos problemas do Portus) para tratar da proposta do interventor do fundo de previdência.
Padilha, segundo os sindicalistas, escutou atentamente as ponderações feitas pelos representantes dos trabalhadores e afirmou que, apesar da questão ser de responsabilidade do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, trabalhará para atender ao pleito inicial da Federação de prorrogar por 90 dias a aplicação do aumento da contribuição dos assistidos e dos participantes.
Durante esse prazo, explica o presidente da FNP, Eduardo Guterra, a categoria portuária pressionará as companhias docas e a União a rever o aumento da contribução. "Ao final da audiência, deixamos bem claro que na nossa opinião a proposta de equacionamento imposta pelo interventor, com anuência da Previc, é equivocada", relatou Guterra.