Mesmo em um período de crise de saúde com a disseminação de casos de COVID-19 e de fragilidade econômica no Brasil, os Portos do Paraná registraram recorde de movimentação no primeiro quadrimestre de 2020. As operações nos portos de Paranaguá e Antonina somaram, de acordo com dados oficiais, 18.073.570 toneladas de janeiro a abril, índice 14,5% superior aos números totalizados no mesmo período do ano passado (ver estatísticas de movimentação geral). Esse recorde – e outros de grande relevância como quantidade de atracações e de caminhões recebidos – serviu de argumento para o diretor-presidente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina, Luiz Fernando Garcia da Silva, deixar uma mensagem positiva para o futuro do universo logístico em videoconferência realizada pelo Fórum Nacional Brasil Export nesta terça-feira, 5 de abril. Ele apontou a eficiência das operações como principal trunfo do complexo paranaense. “Batemos todos os recordes históricos nos meses de março e de abril. Com aproximadamente 4,5km de cais fizemos 53,2 milhões de toneladas em 2019”, informou.
Paranaguá tem expressiva movimentação de granéis - Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná
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* Entrevista - Diferencial dos portos do Paraná está na eficiência logística
O principal desafio para continuar crescendo, observou Luiz Fernando, é aumentar a profundidade do canal de navegação de 12,3 metros para 13,5 metros, possibilitando o atendimento regular a embarcações de grande porte, como os navios de 366 metros de comprimento. Para que isso se torne realidade, a Autoridade Portuária busca viabilizar a derrocagem de 23 mil metros cúbicos de materiais rochosos. O edital foi lançado em maio de 2019, mas a concorrência foi suspensa no mês de agosto pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) após representação protocolada por um consórcio participante. O diretor-presidente disse que a situação e já foi contornada e que “em breve” serão abertos os envelopes que indicarão o responsável pela execução da obra. “Recentemente também assinamos um contrato de projeto executivo de engenharia para verificar a condição de atingir 16 metros de profundidade sem maré. É uma visão de longo prazo. Em 30 anos poderemos movimentar 85 milhões de toneladas, um volume bem superior às 52,3 milhões de toneladas [de 2019]”.
Outro importante objetivo para desenvolver os portos paranaenses sem redução da eficiência é ampliar a participação do modal ferroviário nas operações de transporte terrestre. Na avaliação de Luiz Fernando, o ideal seria uma divisão por igual de tráfego em rodovias e ferrovias. Um gargalo com o qual a concessionária Rumo precisa lidar é o acidentado traçado da Estrada de Ferro Curitiba Paranaguá, que passa pela Serra do Mar, uma construção de 1885 e idealizada pelos irmãos Rebouças. Ações mitigadoras como o alargamento de curvas estão sendo adotadas para aumentar a tração e, por consequência, a produtividade do transporte por trens.
A administração dos portos paranaenses está entre as que mais se prepararam e investiram no enfrentamento ao novo coronavírus, inclusive com uma página especial na Internet relacionando todas as ações de higienização, contratação de equipes médicas e fornecimento de alimentação a caminhoneiros. “No início recebemos uma grande pressão de que o ambiente portuário seria um proliferador da COVID-19, mas os números mostram poucos casos [na região]. Até o momento, o que sabemos é que nenhum dos casos de positivos no litoral paranaense teve origem na atividade portuária”.
As informações foram produzias pela Comunicação do Fórum Nacional Brasil Export.