O Governo Federal retirou ontem do cargo de presidente do Conselho de Administração (Consad) da Codesp o advogado Danilo de Camargo, substituindo-o por um diretor do Ministério dos Transportes, o também advogado Paulo de Tarso Carneiro. A decisão, oficializada durante assembléia de acionistas, na sede da estatal, não foi unânime. A posse de Carneiro ocorrerá na próxima reunião ordinária do Consad, prevista para o dia 7 do mês que vem.
O quadro de diretores da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) será mudado no dia 28, quando ocorre a assembléia geral extraordinária do conselho de administração da empresa. O nome mais cotado para substituir o atual presidente da Codesp, José Carlos Mello Rego, é o do vereador paulistano Antonio Carlos Rodrigues (PL), ligado ao ex-deputado federal Valdemar da Costa Neto. Já para o lugar do presidente do conselho da estatal, Danilo de Camargo, é apontado Paulo de Tarso Carneiro, diretor do Ministério dos Transportes e membro do conselho de administração do porto do Rio.A convocação, feita por determinação do Ministério da Fazenda, ocorre na sequência da suspensão do aditivo contratual entre a estatal e a Libra Terminais, cujos termos provocaram uma cisão interna na diretoria da Codesp. Do total de quatro membros, três diretores manifestando-se contra o documento, enquanto ao presidente assumiu sozinho a defesa do aditivo. Representantes da Controladoria Geral da União, vindos de Brasília, começaram a analisar a documentação a respeito do aditivo.Ouvido pelo Valor, Camargo esquivou-se de revelar o propósito específico da assembléia. Afirmou, mesmo assim, um "já sei até quem é", referindo-se as mudanças e chegou a admitir que também que possa haver alterações na diretoria executiva da empresa. O conselho é composto por seis membros, três dos quais indicados pelo governo federal.
Já tem data marcada para a troca da diretoria da Codesp. O próprio ministro convocou Assembléia Geral de Acionistas da estatal para eleição de novos membros do Consad - Conselho de Administração, que formalizará as substituições. A reunião que demitirá a diretoria do maior porto do Brasil será no dia 28/11. Já começaram as especulações sobre novos diretores.
O aumento da participação do modal ferroviário previsto para os próximos anos e a falta de mão-de-obra qualificada no setor levaram a MRS Logística, uma das concessionárias que administram o transporte de cargas ao Porto de Santos, a investir R$ 50 milhões na Academia MRS. O recurso, que deverá ser aplicado até o final da década, terá o objetivo de aumentar a capacitação de profissionais do setor. Com três cursos — Operações Ferroviárias, Tecnologia e Gerência — a Academia serve como um centro de formação, qualificação e aperfeiçoamento de mão-de-obra nos níveis operacional, técnico e gerencial. O projeto é resultado de parcerias com o Senai, Fundação Dom Cabral e Instituto Militar de Engenharia (IME). Desde o ano passado, quando a escola começou a funcionar na Capital, a concessionária já contratou 195 profissionais formados pelo projeto. Segundo o presidente da MRS, Júlio Fontana Neto, as cidades de Paranapiacaba, Lorena e Jundiaí serão as próximas a receber unidades da Academia
LÍDIA NARDI A falta de dados sobre a escalação eletrônica dos trabalhadores avulsos do Porto de Santos tem impedido que a Codesp termine a confecção dos novos cartões de acesso ao cais, o que deverá ser feito para que o complexo portuário esteja totalmente adequado à norma internacional antiterrorismo, o ISPS Code, até o fim deste mês, quando representantes da Comissão Nacional de Segurança nos Portos e Vias Navegáveis (Conportos) prometem uma visita à região. Segundo a assessoria de imprensa da estatal, as informações sobre a escala dos trabalhadores portuários avulsos (TPAs) são imprescindíveis para a produção dos documentos, já que os novos cartões deverão conter dados sobre os serviços que cada portador irá prestar no cais, inclusive em que áreas eles precisarão de trânsito livre. [...]