A presidente Dilma Rousseff parece que conseguiu, pelo menos por enquanto, o apoio positivo do setor industrial do País com o anúncio da segunda etapa do programa de concessões, que prevê investimentos da ordem dos R$ 198, 4 bilhões. Várias federações de indústrias soltaram nota se manifestando favorável às medidas. O presidente da mais poderosa delas, Paulo Skaf, receberá, em São Paulo, o ministro Edinho Araújo (Portos), na próxima segunda-feira (15), onde terá mais informações sobre o programa com relação à infraestrutura que envolve os portos. O presidente do Sistema Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Sistema Fiemt), Jandir Milan, disse que o Estado será contemplado na melhoria da malha viária e ferroviária.
Quem tem olhos para ouvir e ouvidos para ver deve ter ficado com a “pulga atrás da orelha”, como diz adágio popular, ao ver publicado, no Diário Oficial da União (DOU), do dia 9 de junho último, o Decreto nº 8.465/15, que regulamenta o parágrafo 1º do art. 62 da Lei nº 12.815/2013, “para dispor sobre os critérios de arbitragem para dirimir litígios no âmbito do setor portuário”. O mundo portuário e a torcida do flamengo com certeza pensaram na eterna dívida da Libra Terminais com o Porto de Santos. É quase um decreto “prêt-à-porter”.
Com toda a certeza, a voz de Wilen Manteli não é isolada nas defesas que faz sobre modelos de gestão portuária em entrevista ao Portogente. A Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP), que ele preside há mais de 15 anos, representa importante segmento estruturante da eficiência portuária. Para garantir que os processos que apoiam as operações dos seus filiados sejam estáveis e confiáveis, a sua palavra de ordem é: tarifas mínimas e contrapartida máxima. Para isso, Manteli defende o mínimo de Estado na administração de facilidades de um porto, como a dos acessos terrestre e marítimo. Sustenta que o papel da Autoridade Portuária deve ser restrito à fiscalização.
No início de junho último, aconteceu, em Hamburgo, na Alemanha, a Conferência Mundial de Portos da IAPH (a sigla em inglês International Association of Ports and Harbors) cujo tema principal foi o futuro dos portos internacionais, que deve ser inteligente e inspirado em outros setores, como o da aviação. Em apenas alguns lugares os vários atores da logística se encontram em contato direto como em portos. Transporte marítimo, ferroviário ou rodoviário devem ser conectados em um centro de logística, que seja tão eficiente quanto possível. "Apenas portos inteligentes poderão atender as crescentes demandas por eficiência, economia, segurança e compatibilidade ambiental", disse o diretor de Administração da Lufthansa Industry Solutions, Bernd Appel.
Segundo o Relatório Reservado (RR), o mar não está para peixe para o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade. No dia 27 de maio último, o dirigente empresarial integrou a comitiva oficial da presidente Dilma Rousseff à cidade do México.