A notícia da queda na quantidade de vírus em aparelhos móveis em 2015 deixa de ser tão animadora quando se tem conhecimento que entra no mercado vírus mais violentos do que nunca. E mais: mesmo que eles sejam muitas vezes frustrados, o conteúdo, por exemplo, do celular, será perdido.
As empresas têm treinado suas equipes para não baixarem filmes pornô, sites de terceiros não confiáveis e nem utilizarem aplicativos originários da Rússia ou da China. Apesar de todo o cuidado, há sempre algum funcionário que fura o esquema de segurança e baixa arquivos contaminados. Enfim, acabam atingindo outros aparelhos através do Wi-Fi corporativo, ou os emails.
Como se os arquitetos do mal que infectam os dispositivos móveis promovessem punição ao pecado, é nos sites pornográficos que se encontram principalmente esses vírus. A nova geração de dispositivos móveis, como o relógio inteligente (smartwatch), amplia imensamente a área de superfície para ataques. É nas empresas onde existe maior preocupação com esses vírus que podem atacar seus sistemas. Por outro lado, mesmo que as empresas tenham recursos para controlar os dispositivos móveis, dificilmente irão fazê-lo, para evitar de invadir a privacidade. Ante a gravidade da possibilidade desses vírus provocarem prejuizos incalculáveis ao sistema industrial americano, nos EUA o senado aprovou na semana passada Lei de Partilha de Informação de Segurança Cibernética em uma votação acachapante de 74 a 21. Os proprietários podem achar que seus equipamentos móveis são inócuo, mas qualquer dispositivo com conectividade sem fio pode ser uma ameaça.
Um CEO que corre no horário do almoço no parque, por exemplo, poderia ter o seu monitor de banda de fitness, ou da frequência cardíaca, infectado por um corredor companheiro ou alguém à espreita no jardim com um laptop. Quando ele retorna para o escritório, a infecção pode saltar do seu dispositivo para um outro conectado à rede corporativa. Novas tecnologias, novos problemas.