Todas as empresas devem melhorar de forma contínua a eficácia operacional das suas atividades (Michael Porter)
Trata-se de uma opinião experiente e bem informada, a do ex-secretário Nacional de Portos e Economista Fabrizio Pierdomenico, ao afirmar que o Porto de Santos bate recordes de movimentação, apesar dos gargalos existentes na sua logística. E propõe uma articulação dos governos Federal, Estadual e Municipal, para evitar que o principal porto do Brasil entre em colapso. Como causa, aponta a deficiência de estrutura de acesso rodoviário e ferroviário, a mesma de vinte anos atrás.
Foto: Leonardo Bastos
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Como ponto de entrada e saída de importante valor em mercadorias, tais resistências causam impactos econômicos severos, tanto regional quanto nacional e globalmente. Visto que, segundo dados da Conferência das Nações Unidas, mais de 80% do comércio mundial é transportado por via marítima. Quanto a articulação de esforços proposta, por Fabrizio, para que o porto não entre em colapso, não é um objetivo trivial.
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Entretanto, face à concorrência dos robustos investimentos chineses em logísticas na América do Sul, compete ao Conselho de Autoridade Portuária – CAP, conforme o art. 36 do Decreto nº 8.033/2013, sugerir medidas que visem estimular a competitividade e ações de interesse do porto. Os graves gargalos apontados prejudicam a racionalização e a otimização das operações portuárias, ao mesmo tempo que enfraquecem a competitividade. Visto que da sua constituição participam representantes dos três níveis de poder, conforme proposto por Fabrizio; uma comissão comprometida com o futuro.
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Tal iniciativa, precisa se constituir num documento de uma nova modelagem do Porto de Santos. Sem o qual, permanece a cultura à la carte vigente, permissível e sem contexto, como se assiste na tentativa de renovar o terminal da Ecoporto, sem licitação e sem prevalecer os interesses do complexo portuário. Não é possível pensar no Porto de Santos sem um propósito, com prioridade, que seja a solução dos acessos, eliminando os gargalos e promover a expansão, com forte participação da iniciativa privada.
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Minuciosa radiografia sobre a produtividade do principal complexo portuário nacional vai permitir formular diretrizes estratégicas e implantar, bem como monitorar, um plano de ações contemplando os interesses do comércio marítimo do Brasil. Há muito a ser feito para o Porto de Santos do futuro, levando em conta as previsões de fenômenos naturais. No entanto, está exposta uma realidade de que sequer a lição do passado está pronta.
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