Tempo é a medida dos negócios (Francis Bacon)
Na sua estratégia de desenvolver tecnologias e comer pelo mundo, a China de Xi Jinping expande a sua rota comercial. Em novembro próximo, está prevista a inauguração do novo e amplo porto de Chancay, a 70 km de Lima, no Peru. Seu quebra-mar é uma obra de um porte, com dimensão gigante. É o primeiro porto com predominância de capital chinês na América Latina. No investimento de cerca de US$ 3,6 bilhões (R$ 17,8 bilhões), a armadora chinesa Cosco Shipping detém 60% do capital e a peruana Volcan 40%.
Foto: Divulgação
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A Rota Bioceânica ligando os oceanos Atlantico e Pacífico, a partir, respectivamente, dos portos de Santos, no Brasil, e de Antofagasta, no Chile, expande o projeto chinês Rota da Seda, pelo continente Sul Americano. Sua inauguração é prevista para 2026. Potencialmente, também faz parte desse contexto o corredor de 3.400 km da hidrovia Paraguai e Paraná, uma das maiores bacias fluviais do mundo. Um complexo de produção e distribuição que impacta sobremaneira e potencializa o cenário atual. Circunstância que irá demandar novos arranjos logísticos.
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Os reflexos da disputa comercial, que ocorre entre o Ocidente e a China, como se assiste nos Estados Unidos (EUA), no Canadá e na Uniâo Europeia (EU), com imposição de altas taxas de importação para produtos chineses, também afeta a América Latina e já tem consequências no comércio brasileiro. Os automóveis da chinesa BYD, que desembarcaram no Porto de Suape e estopim da crise no hemisfério norte, também intranquiliza as fabricas brasileiras.
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Esse novo tempo de relações comerciais, no qual predominam a Inteligência Artificial (AI) e outras tecnologias informacionais, caracteriza-se, também, pela utilização de energias sustentáveis, como tecnologia limpa, com economia dos recursos naturais. Nesse contexto, avulta o conceito de Porto Inteligente, como capacidade de integração da infraestrutura essencial do porto e o fluxo de trabalho, como competitividade. Portanto, no controle do processo, a meta é otimizar os interesses nacionais, ante a conjuntura do expansionismo chinês.
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Cabe uma pergunta: como a comunidade do Porto de Santos vem pensando essa circunstância da Rota da Seda? Uma logística que conecta o continente Sul Americano por portos do Chile e do Peru, bem como o de Santos, principal do Brasil, pela Rota Bioceânica, num contexto multimodal estratégico, de modo a prosperar os interesses comerciais da China. Portanto, reciprocamente, é imperativo um planejamento para minimizar os riscos e aumentar a flexibilidade para as necessária mudanças no principal porto brasileiro. .
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