Quinta, 21 Novembro 2024

Quase sempre sabemos onde, mas nunca sabemos quando as catástrofes vão acontecer (Arsênio O. Sevá Filho)

Em uma tarde de verão em 2022, um cogumelo de fogo de 137 metros explodiu no terminal de gás natural liquefeito (GNL), no sul de Houston (EUA). Segundo Naomi Yoder, que pesquisou a segurança das instalações de GNL como cientista da equipe de vigilância ambiental do Golfo Saudável: “se as pessoas soubessem os riscos desses terminais, haveria muitos protestos públicos contrários a essas instalações”

Dad 01ABR2024Foto: Superinteressante (Google)

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Entretanto, a relação Porto-Cidade, no terminal de GNL em Santos, na cabeceira do canal do porto, na Alemoa, é uma ameaça terrível pelo popular navio-bomba e tem a indiferença do presidente do principal porto do hemisfério sul e, da mesma forma, do prefeito municipal. Ou seja, ambos transparecem incapazes de perceber e solucionar os reais problemas dos cargos que ocupam. A começar por compreender que a sentença do Juiz, autorizando esse terminal, precisa ser reformada e esse terminal ser transferido para área de mar aberto.

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Fica evidente a falta de prática ESG (ambiental, social e governança na sigla em inglês) na concepção e na autorização desse terminal. Além dos riscos desta instalaçãol, se o navio metaneiro transportador do gás explodir no percurso pelo canal de acesso ao porto, pode atingir navios em ambas as margens. Objetivamente, trata-se de responsabilidade administrativa e de competência, para tomar decisão sobre uma situação que ameaça vidas humanas. Um protesto que não pode se calar.

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Isto não quer dizer impedir a operação do GNL no Porto de Santos, É intolerável que a maximização do lucro se sobreponha à vida humana. Esta é a questão em debate. Tendo em vista que os demais terminais desse gás, no Brasil, são em mar aberto. Tampouco é verdade que o movimento da maré impeça a movimentação segura do produto. Todos eles são providos de quebra-mar. Assim, ser construido na Ponta de Itaipu ou no Saco do Major, ambos na barra de Santos.

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É também o caso do projeto STS 08, em curso, para armazenar combustível inflamavel, também na Alemoa. Ele deve ser submetido a uma análise e avaliação de consequências e vulnerabilidade. Pois, é essencial para se chegar a uma adequada prevenção e evitar expor a sociedade ao risco, ter o pleno conhecimento dos eventos que podem ocorrer, bem como seus efeitos, considerando as demais instalações, como a de GNL. Providências que devem nortear as decisões convincentes da Autoridade Portuária, da Secretária Nacional de Portos e da Prefeitura Municipal de Santos. Sem as quais, não é possível a instalação desse projeto.

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Portogente vai promover um webinar para colocar mais luz nessas questões por demais polêmicas e ameaçadoras ao porto, bem como à cidade de Santos. É oportuno relembrar o que aconteceu na explosão recente no Porto de Beirute, no Líbano, em que morreram 288 pessoas. Convém recapitular que a tragédia do tanque da Ultracargo em 2015, no Porto de Santos, já era anunciada. No caso do navio de GNL e o projeto STS 08, no Porto de Santos, o perigo é muito maior. O Porto de Santos está um potencial de explosão atômica exigente de soluções competentes e enérgicas. Com a palavra, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos).

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