Quinta, 21 Novembro 2024

Para se chegar a uma adequada prevenção, o caminho é o pleno conhecimento dos eventos que podem ocorrer.

Estarrecedoras as fotos, deste sábado (25/02), que viralizaram na internet. Elas mostram uma movimentação de carga no Distrito Industrial e Portuário da Alemoa, em Santos, litoral paulista. O que vemos é a falta de gestão e de governo em área de movimentação e estocagem de inflamáveis e produtos químicos perigosos. Mais uma vez confirmam a realidade de riscos elevados que há muito Portogente vem denunciando. Situado num bairro da cidade e contíguo à área do Porto de Santos, o principal do Brasil, nele aconteceu em 2015, no terminal da Ultracargo, o maior incêndio e desastre ecológico da história desse porto. Numa proporção causada por fortes suspeitas de projeto e execução fora de norma.

UltracargoIncêndio na Ultracarga, em 2015. Crédito: Arquivo Portogente.

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Há pouco mais de quatro meses, Portogente denunciou o precário estado dessa zona de produtos perigosos, próxima à zona urbana. Além do descumprimento às normas, constata-se total ausência das práticas ESG. O caos que se assiste confirma que nenhuma providência foi tomada. É urgente dar um basta nessa péssima relação porto-cidade, por negligência tanto da Prefeitura Municipal de Santos quanto da Autoridade Portuária. Portanto, também dos órgãos reguladores e fiscalizadores, como Antaq e Cetesb, cuja inércia expõe ao perigo a população da cidade e os trabalhadores.

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Espera-se que a nova administração do Porto de Santos reverta com rigor e eficácia esse quadro caótico incompatível com a atividade portuária, e com a vida. Trata-se de desastre anunciado, veículos com contêineres trafegando com insegurança por pistas deterioradas e que deveriam estar interditadas, como mostram as imagens. Indubitavelmente, um porto e uma cidade sem autoridades. A localização desse distrito próximo a bairros residenciais, da cidade das pessoas, e a concentração de trabalhadores junto a produtos perigosos, trata-se de uma situação intolerante com tamanho descaso, com o risco de acidentes graves. Um cenário de marcas relevantes, em que se busca o lucro, relegando as práticas ESG para um mundo econômico que se pretende sustentável.

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Confira, a seguir, vídeos da situação atual do Distrito Portuário Alemoa
* Vídeo 1
* Vídeo 2
* Vídeo 3

O atual governador do Estado de São Paulo Tarcísio de Freitas, ao qual está afeta a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), até novembro último, era o ministro da Infraestrutura - cuja Secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquaviários (SNPTA) estava subordinada, ou seja, deve conhecer bem (espera-se) a situação do terminal da Alemoa. Localizado na confluência das principais rodovias do Estado, Anchieta e Imigrantes, o mal funcionamento do terminal impacta a logística dessas rodovias.

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Diante de tantas deficiências, consequentes principalmente da omissão da Prefeitura Municipal de Santos e da má gestão do Distrito Industrial de Alemoa, como foi abordado no webinar do Portogente, é preciso implantar, com urgência, uma política pública nesse local. Considerando, ainda, que também carece de acesso e saída apropriados. Antaq e Autoridade Portuária também precisam promover a construção de uma interface produtiva e com práticas ESG entre o porto e esse distrito industrial.

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Confira fotos da situação atual do Distrito Portuário da Alemoa
Alemoa 1Alemoa 2Alemoa 3Alemoa 4

 

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*O Dia a Dia é a opinião do Portogente

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