Direta e indiretamente, o porto é o super mercado de trabalho
Está mais do que na hora do presidente Lula cuidar mais de perto do Porto de Santos, como ele teve uma amostra, no dia 2 de fevereiro último, quando o porto comemorou os seus 132 anos. O pito público que deu não foi suficiente para colocar as coisas no seu devido lugar. Quem assistiu ao programa Roda Viva da TV Cultura, no último dia 18, talvez tenha percebido a incerteza das promessas do ministro de Portos e Aeroportos, sobre o Porto de Santos e conseguir realizar um programa de R$ 20 bilhões em 10 anos.
Veja mais
* Denúncia que ameaça as obras do Porto de Santos silenciada?
Os ruídos que já chegaram à Polícia Federal envolvendo obras que sequer têm projeto básico são sinais preocupantes. Nesse Roda Viva, foi neste tema que focou a pergunta do jornalista Maurício Martins, da seção Porto e Mar do principal jornal de Santos. São fatos relevantes e suficientes para se perceber que não há harmonia entre os discursos e as práticas relativas ao porte do programa alardeado. É óbvia a falta de uma liderança que faça acontecer.
Veja ainda
* Em tempo de fazer política de resultados
Essa situação não é desconhecida do presidente da República, bem como a sociedade acha que essa obra mais uma vez, em quase cem anos, novamente não se concretiza. Está mais do que na hora de mudar esse rumo, para se evitar mais um fracasso, agora envolvendo denúncias policiais. A travessia do canal do Porto de Santos por túnel imerso é uma obra incomparavelmente inferior em dificuldade, se comparada com a transposição do Rio São Francisco, êxito que é um troféu histórico na vida política do presidente Lula.
Veja também
* Porto de Santos à deriva na rota do futuro
Ao falarmos do túnel submerso, trata-se de menos de um terço em valor das obras anunciadas. Além desses desafios, a área de armazenagem de produtos químicos, no principal porto do hemisfério sul, precisa de uma análise ampla e criteriosa sob a ótica da sustentabilidade. Projetos robustos em dimensão e valor são urgentes para produtividade do porto, que precisa de um programa de inovação exigente de uma gestão competente. E hoje não há. Entretanto, nesse projeto, a administração tem mais importância do que o capital.
Veja mais
* Distrito Portuário Alemoa: o retrato da omissão e de uma tragédia anunciada
O caso do popular navio-bomba desconhecido pela administração do Porto de Santos não se trata apenas de que o terminal seja um terminal de uso privado – TUP. Quando o navio com gás navega junto às embarcações atracadas com distâncias inferiores às de segurança dos portos mundiais, o problema é da Autoridade Portuária, que faz questão de desconhecer esse fato. Das tragédias recentes não restam dúvidas sobre uma realidade maquiada por programas festivos ESG (iniciais em inglês de Ambiente, Social e Governança).
Veja ainda
* Navio-bomba deve ser preocupação do prefeito de Santos
Não falta realidade nos fatos do Porto de Santos para preocupar o presidente Lula. Fracasso de programas e casos policiais anunciados não é um cenário favorável a um porto seguro. Tampouco sobra tempo a perder na complexa missão de construir um porto com padrão mundial, mais competitivo e fundamental à economia do Brasil.