O mais importante é saber a meta a ser alcançada no processo de solução. (Vicente Falconi)
Quase como uma consequência da atual conjuntura nacional, da ascensão do presidente Lula à inédita condição de terceiro mandato presidencial, derrotando com pouca margem de votos um candidato popular, os arranjos políticos imediatos necessários ainda não estão todos consolidados para enfrentar os reais problemas do Brasil. É o caso da principal obra do programa de melhorias do Porto de Santos, o túnel submerso ligando as margens do seu canal de acesso. A pedra no caminho para o futuro deste complexo portuário é sua infraestrutura insatisfatória.
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Ligar as margens do principal porto do hemisfério sul para evitar travessias por embarcações e dar mais produtividade à navegação, entrelaçando dois municípios conurbados, Santos e Guarujá, que é cidade da infância do presidente da República, e ampliar a estrutura turística da Baixada Santista é, também, uma prioridade do governo de São Paulo. Maximizando a oportunidade, o governador do Estado e engenheiro Tarcísio de Freitas tem manifesto interesse em dar continuidade a esse projeto, que iniciou quando ministro da Infraestrutura.
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O presidente Lula já sinalizou favoravelmente a essa parceria e tem um caminho pavimentado através do seu ministro de Portos e Aeroportos, o deputado pernambucano Sílvio Costa Filho, do Republicanos, também o partido do governador de São Paulo. O mais importante dessa união de forças é ter a meta a ser alcançada como solução, eliminar balsas e barcas cruzando perigosamente a rota de navios e fluir o trânsito urbano entre duas importantes cidades do turismo do Estado. Assim, aumentar a probabilidade da implantação do projeto e com menor custo. Ganha o povo brasileiro.
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A primeira proposta dessa ligação a seco foi elaborada pelo engenheiro civil e arquiteto, ex-prefeito de São Paulo, Prestes Maia, há quase cem anos e, desde então, passou a ser proposta de programa de governos estadual e federal, nunca realizada, porém com gastos significativos. Inclusive atingiu nível avançado de projeto, com traçado semelhante ao do ora proposto. O governo do Estado de São Paulo tem estrutura de excelência e razão para contribuir para o sucesso dessa obra.
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Vários métodos são utilizados para construir túnel submerso e exige competência que ultrapassa os limites da tecnologia moderna. No arranjo das várias etapas dessa obra colossal, tem destaque um rigoroso cronograma, como o primeiro obstáculo a ser vencido, no início de uma longa e árdua caminhada, com muitas, e não poucas dificuldades a serem vencidas. Trata-se de uma obra exigente de precisão avançada e muitas habilidades. Por suas características portuárias, o canal de acesso aos cais em operação também acrescenta complexidade a sua execução. Decerto, uma construção que exige gestão estruturada por excelência.
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Ao dar relevância à estratégia, a parceria de esforços com o governo de São Paulo prioriza a produtividade do capital a ser investido nesse projeto e evita os altos desperdícios financeiros já assistidos com tantos insucessos e frustrações. É essencial estabelecer uma frente de trabalho competente e robusta, comprometida com o progresso. Como por século se assistiu às promessas vazias para a transposição do Rio São Francisco, finalmente concretizada pelo presidente Lula.