No novo capitalismo, o propósito está antes do lucro.
Prosperidade e qualidade de vida para todos são obrigações inerentes à relação Porto/Cidade, uma zona de produtividade, conflito e área altamente sensível. Buscar esses Direitos exige um debate permanente, para reconhecer os processos de construção e operação do porto, bem como do desenvolvimento da cidade. No caso de Santos, situa-se na Região Metropolitana da Baixada Santista, de sete cidades e ao menos cinco conurbadas com a atividade portuária.
Foto: Berenice Kauffmann.
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No sentido de atingir as condições necessárias para a boa relação Porto-Cidade, são imperativas as práticas ESG (Ambiente, Social e Governança – em português), cujos preceitos veem promovendo uma transformação planetária positiva. Portanto, irreversível, obrigatória e urgente. No caso de certos setores do Porto de Santos, como o Distrito Industrial e Portuário da Alemoa, os órgãos fiscalizadores devem ser eficazes, para garantir tranquilidade à sociedade e preservar o planeta.
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Trata-se de uma agenda ampla, na qual são abordados aspectos urbanos, ambiental, saneamento, transporte, habitação e energia. Considerando que tais variáveis são submetidas às variações quantitativas e qualitativas, conforme a mudança da história, impactadas pelas novas tecnologias, como adverte a engenheira química Ana Luiza Mayumi, consultora em integração ESG, para quem: “Só se faz isso reunindo todos os atores sociais envolvidos para um grande e sincero diálogo.”
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A adoção dessa pauta pela Santos Port Authority (SPA) poderá se traduzir em uma ampla inovação na abordagem da ESG pelas cidades e pelo porto com seus atores. Programa em curso, há muito anos, em portos do Hemisfério Norte. E convém abranger a discussão de ineficiências promovidas no processo de decisão, por estar hoje, excessivamente concentrado na Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).
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Ao pensar a modernização do porto logisticamente, avulta a operação de navios de maior porte e fluxos de carga mais intensos. Na visão ESG, faltam projetos robustos para aprimorar a relação Porto/Cidade. Trata-se de unificar diferentes visões sobre um problema que afeta a todos, com o objetivo comum de fomentar qualidade ao Porto de Santos e às cidades.
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