Os objetivos e ações contemporâneos são necessitados de debates.
Objetivamente, falar em reforma econômica sem ter portos eficientes, em um mundo de comércio internacional em rede, é como bater em ferro frio. Uma decisão acertada do Secretário Nacional de Portos do governo Lula, Pedro Brito, foi eleger o Porto de Santos, no litoral paulista, como paradigma da reforma portuária. O governo Bolsonaro, enquanto trata a reforma dos portos com referencial impróprio e comunicação unilateral, aposta em uma solução sem adesão e no conflito.
Editorial
* Porto de Santos carece de um freio de arrumação
O processo de reforma dos portos brasileiros tem tido uma progressão paulatina, desde a privatização da sua operação na década de 1990. Agora é a hora de implantar novo modelo de gestão portuária para se ajustar à evolução dos últimos 50 anos no papel e atividades inerentes ao porto. Trata-se de uma tarefa hercúlea que não se realiza com planejamento descoordenado, prejudicial ao fluxo de carga e à produtividade. Para evitar conflitos com a sua comunidade e cidade, como ocorre com o Porto de Santos, que cumpre ser paradigma da reforma.
Leia também
* Ministério da Infraestrutura e a ordem dos portos do Brasil
Neste que é o maior porto do Hemisfério Sul, acontecem ações por parte da autoridade portuária incompatíveis aos padrões de gestão portuária moderna. Na prática, assiste-se a um planejamento sem planejamento. Como a implantação dos dois terminais para celulose em área antes ocupada pela Libra Terminais, sem ter conseguido aprovar o novo Plano de Desenvolvimento e Zoneamento Portuário (PDZ), previsto em lei. Esse tipo de realidade, desalinhada do porto como um sistema econômico, ocorre por falta da gestão ágil dos grandes portos.
Leia ainda
* Tensão no cais santista e audiência do PDZ
O Ministro da Infraestrutura Tarcísio Gomes de Freitas tem se destacado por solucionar problemas intricados no âmbito da infraestrutura. Politicamente, como acontece com os caminhoneiros, tem articulação setorial e prestígio. Uma dinâmica providencial que convém ser estendida à reforma dos portos, para escutar holisticamente os setores e interesses que serão impactados. Por certo, privatizar tudo não é o remédio eficaz para tratar a ineficiência dos portos brasileiros. Sem debate, todavia, não há inteligência das coisas e ações necessárias.
Editorial
* Privatização dos portos: antes, o debate
O debate amplo das questões pertinentes à reforma portuária é imperativo. Portogente, maior portal da web do mundo entre os concorrentes, é esse espaço online aos pensamentos e opiniões mais abalizados e aos comentários do público geral. O WebSummit Nova Abertura dos Portos mostra a necessidade urgente e os caminhos mais adequados para colocar os portos brasileiros no patamar dos portos asiáticos.
Nossa opinião
* O debate da reforma portuária acontece aqui