Num momento em que o Porto de Santos (SP) tem aparecido com insistência, para a tristeza da sociedade, nos noticiários brasileiros por extensas investigações da Polícia Federal (PF) e da Procuradoria-Geral da República (PGR), salta aos olhos a ocorrência de demissões de funcionários de carreira da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), administradora do complexo portuário. Sem justa causa!
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Ao mesmo tempo em que demite funcionários concursados, a administradora portuária mantém indicações políticas com altos salários, gratificação de função e sem preocupação com as despesas nem a saúde da companhia. A boa notícia que Michel Temer (MDB) pode dar ao pujante porto santista é reduzir custos operacionais, promovendo a correção das suas distorções e deficiências administrativas, bem como aumentar a produtividade portuária. E, principalmente, e isso é vital à "saúde" de qualquer empresa, privada ou pública: pôr fim ao "quem indica político" na empresa.
Por ser responsável por 27% da movimentação do comércio exterior brasileiro e ser o mais importante complexo portuário do Hemisfério Sul, o Porto de Santos precisa ter uma administração técnica de excelência que o faça ainda melhor, eficiente em suas operações e que incentive o seu quadro técnico concursado a garantir iniciativas empreendedoras e inovadoras.
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Olhando para o futuro, fica difícil vislumbrar nessa baixa produtividade atual a possibilidade de tornar o complexo portuário paulista num porto concentrador (hub port) do Brasil. Essa configuração de porto exige uma rede de cooperação em toda sua área de influência com portos não muito integrados com as tradicionais rotas marítimas e, nas respectivas logísticas, com a sua matriz de transporte hidro-rodo-aero-ferroviária. Tudo isso exige profundo conhecimento técnico e alta qualidade, não indicações políticas de momento.