Quinta, 25 Abril 2024
Caros leitores, complementando a sequência de textos sobre navegação interior, neste texto mostramos a comparação entre a carga puxada por uma carroça e as mercadorias transportadas via navegação interior. O paralelo foi feito por Adam Smith na sua obra “A Riqueza das Nações”, de 1776.

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Carroça x Embarcação Fluvial

Uma carroça de rodas largas, servida por dois homens e puxada por oito cavalos, leva aproximadamente seis semanas para transportar de Londres a Edimburgo — ida e volta — mais ou menos quatro toneladas de mercadoria. No mesmo tempo um barco ou navio tripulado por seis ou oito homens, navegando entre os portos de Londres e Leith, muitas vezes transporta — ida e volta — 200 toneladas de mercadoria. Portanto, seis ou oito homens, por transporte aquático, podem levar e trazer, no mesmo tempo, a mesma quantidade de mercadoria entre Londres e Edimburgo que cinquenta carroças de rodas largas, servidas por 100 homens e puxadas por 400 cavalos. Para 200 toneladas de mercadorias, portanto, transportadas por terra de Londres para Edimburgo, é necessário pagar a manutenção de 100 homens durante três semanas, e o desgaste e a mobilização de 400 cavalos, mais o de 50 carroças de rodas largas. Ao contrário, essa mesma quantidade de mercadorias, se transportada por hidrovia, será onerada apenas pela manutenção de 6 ou 8 homens, e pelo desgaste e movimentação de um navio ou barco com carga de 200 toneladas, além do valor do risco maior, ou seja, a diferença de seguro entre esses dois sistemas de transporte.

Se, portanto, entre essas duas localidades não houvesse outra possibilidade de comunicação senão por terra, e já que não se poderia transportar entre as duas cidades nenhuma outra mercadoria a não ser aquela cujo preço fosse bem elevado em proporção com seu peso, só poderia haver uma pequena parte daquele comércio que atualmente existe entre as duas cidades; e por conseguinte elas só poderiam dar uma pequena parte do estímulo que atualmente dão uma à outra. Entre as regiões distantes por terra seria pequena ou até nula a possibilidade de comércio.

Referência
A Riqueza das Nações – Adam Smith – Volume I, Nova Cultural – 1988 – Coleção os Economistas – páginas de 17 a 54.

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