Caros leitores,
Lyon é o principal porto da bacia do rio Ródano. Cidade cosmopolita é famosa pela sua sofisticada culinária e pelos seus artigos de seda, onde se destaca a gravata.
*****************************************************
Histórico
Parte do Império Romano, Lyon ainda conserva diversas construções e monumentos em bom estado de conservação como o teatro de arena mostrado na foto abaixo. O Rio Ródano, que a ligava ao Mar Mediterrâneo e este a Roma, sempre foi importante para a cidade de Lyon.
Halage de animais puxando
embarcações no caudaloso Rio Ródano
O Rio Ródano sempre foi navegável apesar da correnteza forte e caudalosa. Se a descida à jusante, para o Mar Mediterrâneo, era fácil e rápida, em torno de 2 dias, a subida para montante era penosa e demorada, até 7 dias, exigindo a halage para puxar as embarcações com uma tropa de eqüinos.
Com a invenção do barco a vapor, a navegação até Lyon ficou mais fácil com os vapores de rodas, os quais venciam as corredeiras, e também rebocavam batelões de carga.
Embarcação a vapor com rodas laterais no cais de Furchiron-Lyon
A regularização do rio foi realizada pela Compagnie Nationale du Rhône, após a 2ª Guerra Mundial, com a construção de barragens uso múltiplo, atendendo a geração de energia, a navegação, a irrigação, o abastecimento populacional e o lazer.
Velho porto de Lyon, onde as peniches, ainda sem motorização, descarregavam suas mercadorias para pequenas embarcações a remo.
Importância do porto e sua posição geográfica
No coração da região Ródano-Alpes, 2ª região econômica francesa, o porto de Lyon, denominado de Edouard Herriot, foi implantado em 1937, e é um centro industrial e portuário mais importante da região.
Pulmão econômico da Grande Lyon, o porto está situado ao sul da aglomeração lyonnaise, e tem ligação direta aos eixos rodoviários e ferroviários nacionais e internacionais. Além do porto de Lyon, o Rio Ródano tem instalações portuárias em Valence, Macon e Chalon.
Foto de satélite do porto Edouard Herriot em Lyon
As trocas comerciais e o comércio internacional encontram no porto de Lyon todas as facilidades de movimentação graças aos acessos multimodais: fluvial, rodoviário, ferroviário e dutoviário.
O porto de Lyon tem uma superfície total de 210 hectares e movimentou em 2005, 9 milhões de toneladas. O porto dispõe de 4 darsenas internas, com cais privativos, servidos por 550 km de hidrovia de grande gabarito, aberto para o tráfego fluvial e fluvio-marítimo.
Os cais estão conectados aos trilhos da SNCF – Societé Nacionale de Chemin de Fer, estatal ferroviária francesa, condição que permite um transbordo rápido e barato para toda a malha ferroviária francesa e européia. O porto também está conectado ao oleoduto de distribuição do porto de Marselha-Fos à Lille e ao oleoduto de Lyon à Genebra, na Suiça.
Porto Edouard Herriot – instalações de produtos
químicos em 1º plano
Na bacia do Ródano estão instadas diversas unidades da Rhône-Poulenc, a conhecida Rhodia, onde são processados diversos produtos químicos, que também utilizam o transporte fluvial.
Além do petróleo, produtos químicos e grãos agrícolas, os produtos manufaturados transportados em contêineres também são importantes para o porto de Lyon.
A sociedade Lyon Terminal, criada em 1992, tem como objetivo a operação comercial e gestão portuária, relativos a movimentação de contêineres no porto de Lyon. Parceiro de porto de Marselha-Fos, o terminal é considerado porto avançado e está ligado a Fos, através de serviços regulares de navegação fluvial e de trens diretos, exclusivos para o transporte de contêineres. O fluxo de contêineres atingiu 48.872 TEU em 2003, sendo 50 % por via fluvial.
O novo Terminal Lyon, investimento de 16,5 milhões de euros, entrou em operação em 2005, tem a área de 10 hectares, 200 metros de cais, 1.300 m de vias férreas, pórtico móvel e capacidade para a movimentação de 170.000 TEU por ano.
Novo Terminal da Lyon as margens
do Rio Ródano no Porto Edoaud Herriot
Referências bibliográficas
L’ Office National de la Navigation, La voie navigable: une voie d’avenir. Paris: Automedon, 1980. 56p.
Robin, C., Bergeaud, C. Le français par la méthode directe – Deuxième livre. Paris: Librairie Hachette, 1951. 186p.
Henry, B.,Henry M. Voyageurs aux longs jours. Paris: Les Éditions Arthaud, 1982.21
Site do Port Autonome de Marseille-Fos, www.marseille-port.fr/site2005/dessertes/lpeh/index.htm, acessado em 20/02/2006
Site do Google maps, acessado em 23/02/2006