Caros leitores,
Hoje, falaremos da Norfolk Southern a ferrovia de maior receita entre as grandes estradas de ferro americanas, denominadas de Classe I
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A Norfolk Southern foi criada em 1982 da união Norfolk and Western Railway e a Southern Railway Company, duas rentáveis ferrovias, fundadas em 1870 e 1883 respectivamente. Em 1953 foi a primeira companhia ferroviária a converter complemente sua frota de locomotivas em diesel-elétrica e há poucos anos incorporou a Conrail a 8ª. ferrovia classe I.
A Norfolk Southern tem sua linhas ferroviárias no leste dos Estados Unidos da América. Atua em 22 estados americanos, no Distrito de Colúmbia e em Ontario província canadense. Nos seus 34.600 quilômetros de vias férreas o produto mais transportado é o carvão extraídos das minas de Kentucky, Pennsylvânia, Tennessee, Virgínia e Oeste Virgínia. Entretanto o serviço intermodal é a principal atividade da Norfolk Southern.
A malha da Norfolk Southern - NS também está distribuída a Leste do Rio Mississipi, onde está concentrada 66 % da população americana, a mesma região servida pela CSX (ver artigo anterior), com a qual concorre diretamente.
Malha ferroviária da Norfolk Southern
A NS, como as outras operadoras ferroviárias americanas, tem investido muito em terminais de cargas integrados com a malha rodoviária. Em março de 2008 foi inaugurado o Terminal Rickenbacker Intermodal em Columbus, Ohio. Este terminal está localizado dentro do Rickenbacker Global Logistics Park empreendimento que oferece serviços diferenciados para seus clientes:
· Trens diretos de Norfolk e Chicago para a Costa Oeste
· Sistema de expedição automático
· Grandes pátios de armazenamento de contêineres
· Amplos estacionamentos de caminhões
· Proximidade dos principais portos da Costa Leste
Terminal Rickenbacker Intermodal em Columbus, Ohio
O Rickenbacker é o primeiro dos três terminais que estarão conectados ao Heartland Corridor, um projeto em implantação que tem por objetivo melhorar o traçado ferroviário da NS, encurtar a distância entre Norfolk e Chicago e também aumentar a velocidade dos trens, elevando assim a capacidade de transporte.
O Corredor Heartland atravessará os Montes Apalaches susbstituindo o traçado atual que sinuoso e composto de muitos túneis de pequeno gabarito. Esses túneis não permitem a passagem dos vagões double-stacked, que acomodam 2 contêineres sobrepostos.
Corredor Heartland
A obra ficará pronta de 2009 e encurtará a distância entre Chicago e Norfolk em 200 milhas, aproximadamente 322 quilômetros. O custo previsto é de US$ 150.000.000,00, sendo US$ 95.000.000,00 bancado pelo Governo Federal e US$ 55.000.000,00 pela própria Norfolk Southern em parceria.
O aumento do gabarito dos túneis, 21 pés (6,40 m), permitirá a circulação de 2 contêineres de 9 ½ pés sobrepostos. A remodelação abragerá além dos túneis ponte, viadutos, passarelas e mesmo arvorés que possam obstruir a passagem dos vagões double-stacked.
Túnel da Norfolk Southern com gabarito aumentado
O problema de gabarito ferroviário não é só das ferrovias brasileiras, entretanto desde 1980 as ferrovias americanas vêm enfrentando essa dificuldade e atualmente 15 % da malha ferroviária já foi modificada para o novo gabarito. Em trechos antigos, onde o teto dos túneis foi construído em alvenária, sempre que possível é feito o rebaixamento do piso com o intuíto de preservação do patrimônio ferroviário.
Outras ferrovias também têm aumentado o gabarito ferroviário, mas diversos obstáculos ainda existem como túnel da CSX em Baltimore e o túnel da Canadian Pacific, entre Detroit e Windsor, no Canada. O exemplo do Heartland Corridor, tem incentivado diversos estados, como Vermont, a investirem no aumento do gabarito ferroviário, o qual traz um bom retorno econômico e uma grande redução do tráfego rodoviário de caminhões pesados.
Referências bibliográficas