Sábado, 23 Novembro 2024

Caros leitores,

 

Hoje, falaremos da recuperação das ferrovias americanas

 

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Em “Administração Estratégica da Logística”, 1998, Douglas M. Lambert, James R. Stock e Jose G. Vantine, fazem um relato de como a ferrovia americana reagiu a concorrência da rodovia, destacam as características do transportes ferroviário, a importância do material rodante moderno para compor a frota de uma ferrovia e as vantagens da intermodalidade. Finalizam, destacando a desregulamentação ferroviária dos anos 80:

 

Maior parte do tráfego ferroviário passou para o rodoviário: Desde a II Guerra Mundial, quando as ferrovias transportavam cerca de 2/3 do tráfego de tonelada-quilometro, a sua participação no mercado americano diminuiu até 1986, quando a tendência declinante reverteu-se. A maior parte do tráfego que era transportada por ferrovia passou a sê-lo por transportadores rodoviários. Uma parte do tráfego também foi perdida para transportadores hidroviários e dutoviários, os quais de modo geral competem com a ferrovia nos carregamentos a granel. (página 170)

 

..., em muitos países, a rede ferroviária não é tão extensa quanto a rodoviária. Portanto, o transporte ferroviário não tem a versatilidade e flexibilidade dos transportadores rodoviários, porque está limitada as instalações fixas dos trilhos. Em conseqüência, as ferrovias, como transportes por ar, água e dutovias, oferecem para a maioria dos embarcadores, serviço terminal-a-terminal em vez de ponto-a-ponto ( a não ser que os embarcadores tenham ramal até suas instalações). (página 170)

 

A ferrovia tem baixo custo: o transporte ferroviário, geralmente, custa menos (na base de peso) do que o transporte rodoviário e aéreo. Em muitos carregamentos, a ferrovia não se compara favoravelmente a outros meios quanto a índices de perda e dano. Também tem desvantagens quanto a tempo de trânsito e freqüência do serviço, embora, desde a desregulamentação do setor ferroviário de 1980, as ferrovias tenham melhorado muito nesses aspectos. Os trens operam de acordo com horários, mas as partidas dos trens têm menor freqüência do que os transportadores rodoviários. (página 171)

 

Algumas dessas desvantagens podem ser superadas pelo uso do serviço de reboque-sobre-vagão (TOFC – trailer on flatcar, piggy-back, auto-trem) ou contênier-sobre-vagão (COFC- container on flatcar), que oferece a economia do transporte ferroviário combinada com a flexibilidade do caminhão. (página 171)

 

Vagões dedicados: uma área adicional em que as ferrovias sofrem em comparação com os transportadores rodoviários é a disponibilidade de equipamentos. As linhas ferroviários usam os vagões uma das outras, e as vezes o equipamento não está disponível onde é necessário. Os vagões podem não estar disponíveis porque estão sendo carregados, descarregados, em manobras nos pátios ou sem revisados. Outros vagões podem ainda estar parados, ociosos, dentro da vasta rede ferroviária.

 

Diversos desenvolvimentos no setor ferroviário têm ajudado a superar alguns desses problemas de utilização. Entre os avanços incluem-se a programação e elaboração de rotas por computadores, a melhoria dos equipamentos, dos leitos ferroviários e terminais, melhorias dos sistemas de identificação dos vagões, vagões de propriedade do embarcador ou arrendado por ele, e o uso de trens unitários ou trens diretos entre grandes áreas metropolitanas (carregamentos diretos de um ou de poucos embarcadores).

 

Os embarcadores que têm ou arrendam vagões são geralmente grandes usuários das ferrovias e particularmente são sensíveis à falta de vagões, devido ao mercado único ou de condições de competição.

 

No final da década de 80, as ferrovias recapturaram parte do tráfego perdido. O uso de novos equipamentos e instalações, as melhorias das ferrovias além do monitoramento e controle das frotas, foram fatores que contribuíram para o sucesso das ferrovias. 

 

Em 2005, segundo a Association of American Railroads, a receita de frete ferroviários, para o 1º trimestre, foi praticamente 4 vezes maior que o mesmo período de 1990, ano em que as ações da desregulamentação feitas na década de 80 começaram a surgir.

 


 

Referências bibliográficas

LAMBERT, Douglas M.; STOCK, James R.; VANTINE, José G. Administração estratégica da logística. São Paulo: Vantine Consultoria, 1998. 912p.

 

Um Estudo Sobre a Participação do Modal Ferroviário no Transporte de Cargas no Brasil, dissertação de mestrado UFSC, Sílvio dos Santos -2005.

 

Site:www.stb.dot.gov

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