Quinta, 21 Novembro 2024

Caros leitores,

 

Hoje, falaremos da eletrificação das Ferrovias Paulistas S.A. - Fepasa.

 

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Os pesados investimentos que a eletrificação exigia e a flexibilidade das novas locomotivas diesel-elétricas estavam minando os aspectos atrativos da tração elétrica. Nos primeiros anos de Fepasa, de fato, chegou mesmo a ser cogitado o sucateamento de algumas locomotivas da Companhia Paulista, por serem máquinas muito antigas e de manutenção cada vez mais cara.

 

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Antiga locomotiva elétrica da Paulista

 

Em outubro de 1973 a situação mudou: uma nova guerra entre árabes e israelenses acabou deflagrando um embargo dos fornecedores de petróleo ao Ocidente, seguida de uma brusca elevação de preços. Isso afetou seriamente o Brasil, país cronicamente deficitário de moeda forte e que na época produzia só um terço do petróleo que consumia.

O País só começou a reagir a essa situação de maneira mais articulada a partir de 1974, mas nunca com a ênfase que devia ter sido adotada. No caso da Fepasa, isso significou encarar com mais cuidado a eletrificação o que resultou no lançamento do Plano de Eletrificação da Fepasa em 1975. O maior projeto dentro desse plano era a construção de um Corredor de Exportação entre Santos e Uberaba, com extensão de aproximadamente 800 quilômetros, o qual seria totalmente eletrificado. Na verdade tratava-se de uma ampla retificação e repotencialização de trechos de antigas ferrovias paulistas, como a Mayrink-Santos, Mayrink-Itaici-Campinas e Campinas-Uberaba.

O Plano de Eletrificação também beneficiava as linhas ferroviárias da Fepasa que já se dispunham de eletrificação, prevendo sua modernização e aumento de sua capacidade abandonando o sistema de corrente contínua em 3 kV passando para corrente alternada em 25 kV. Os 494 quilômetros de linhas de bitola larga da antiga Companhia Paulista, que dispunham de 14 subestações totalizando 48,5 MW, passariam a ter 17 subestações com 73 MW. No caso dos 590 quilômetros de linhas de bitola métrica da antiga E.F. Sorocabana passaria-se de 13 subestações com potência total de 50 MW para 19 subestações com 90 MW.

 

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Locomotivas francesas do

Plano de Eletrificação da Fepasa

 

O plano também previa a entrega de 70 novas locomotivas elétricas, cujo primeiro protótipo deveria ter circulado em março de 1983. Esperava-se que todas essas ações elevassem a participação da tração elétrica na Fepasa a 80%, proporcionando uma economia de 70 milhões de litros de óleo diesel anuais, além do aumento da capacidade de transporte da ferrovia.

De fato, a eletrificação na Fepasa ainda continuou funcionando, ainda que de maneira precária até o fim de 1998, já sob administração do Governo Federal, como uma divisão da R.F.F.S.A., a chamada Malha Paulista. No início de 1999 a privatização da empresa se efetivou, sendo seu controle passado para as Ferrovias Bandeirantes S.A. - FERROBAN. Uma das primeiras providências dessa ferrovia foi a total desativação de sua eletrificação, passando a sua tração a ser exclusivamente feita através de locomotivas diesel-elétricas.

Os equipamentos, instalações e as locomotivas, foram abandonados representando uma enorme perda para o país.

 

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Locomotivas francesas sucateadas em Sorocaba

 

Referências bibliográficas:

http://www.geocities.com/SiliconValley/5978/electro/fepasa.html#corredor

http://www.efbrasil.eng.br/electro/fepasa.html

 

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