Terça, 16 Abril 2024

O espaço da coluna Recordar desta semana está reservado para o amigo cartofilista e shiplover Edson de Lima Lucas, radicado na Cidade Maravilhosa, o Rio de Janeiro.

Lucas, além de funcionário público na área da saúde, está entre os melhores fotógrafos de navios de todos os tipos que conheço.


A imagem mostra passageiros do pequeno Iraty, da armadora
Pereira Carneiro & Cia., atracado no Porto de Santos em 1927

Vale dizer que numerosos cartões-postais do meu acervo foram obtidos através desse amigo.
 
Muitas dessas raridades, garimpadas por Lucas, ilustram com bastante brilho os meus artigos semanais.

Revendo recentemente uma edição da excelente Carta Mensal da Acarj (Associação de Cartofilia do Rio de Janeiro), mais exatamente o número 111, de setembro 2002, editada por Samuel Gorberg, deparei com um artigo, intitulado “Relíquias da Marinha Mercante Brasileira em Cartões-Postais”, uma verdadeira homenagem à memória da nossa marinha mercante.


Cartão-postal do paquete Anna, da Empresa Nacional de Navegação
Hoepcke, que fazia par como o famoso Carl Hoepcke. Óleo sobre
tela de Antonio Giacomelli

Eis o texto:

A história de nossa marinha mercante é muito mais rica e complexa do que se imagina.

Enquanto diversas pessoas da velha guarda ainda se recordam, com alegre lembrança, de nomes como Lloyd Brasileiro e Costeira, existiram outras companhias, com dezenas de navios, que operavam somente numa determinada região.

E, por incrível que pareça, o único registro fotográfico que restou para contar a história foi o cartão-postal.


O mapa do Brasil com os portos de escalas dos
navios da Companhia Nacional de Navegação
Costeira. Seus navios eram os famosos ITAs

A costa brasileira, com seus 9.198 km de extensão e uma quantidade significativa de portos e atracadouros para navios de todos os tamanhos, exigiu uma marinha mercante, respeitada no mundo inteiro, a fim de cobrir a demanda de passageiros e cargas, principalmente no período da colonização e industrialização.

Este panorama só veio a se modificar a partir de meados do século passado, com a expansão das rodovias e o advento da aviação comercial para o transporte de passageiros em grande escala.

No auge da navegação no Brasil, afora nomes de companhias famosas já citadas, dezenas de outras, como Navegação Carl Hoepcke, Cruzeiro do Sul, Lloyd Nacional, etc., marcaram época para diversas gerações, pois essas companhias só faziam linhas entre portos de uma determinada região.


Foto de um ITA de porte médio da Cia. Costeira, numa época em que
o Brasil se movimentava de Norte a Sul através de navios. Anos 20/30

Daí, um morador de Manaus, por exemplo, nem imaginava a existência da Carl Hoepcke, que operava mais no Sul do País.
 
Os navios dessas companhias, em sua maioria, eram usados e apresentavam condições de segurança precaríssimas, o que tornava a viagem, algumas vezes, uma verdadeira aventura em pleno oceano.

Clique aqui para ler a segunda parte deste artigo.

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