O navio Carl Hoepcke e o seu par Anna fazem parte da história de Santos devido às numerosas escalas no cais santista ao longo de décadas.
O Recreio, ex-Carl Hoepcke, encalhado em 1971 na Ponta da Praia
de Santos, onde passou a ser desmanchado. Foto: Ezio Begotti - acervo do autor.
Recordo que, na quando residia na Avenida Almirante Cochrane, o Canal 5, encontrava nas imediações um senhor muito simpático e sempre bem trajado, Poli Serpa Pinto. Ele era o gerente da Agência Marítima Carl Hoepcke, que ficava nas proximidades da Alfândega, na Praça da República.
Pois bem, ao ler o jornal A Tribuna, edição de 17 de outubro de 2012, na página A-8, deparei com uma matéria que tem como título: “Maré baixa. E um encalhe com mais de 40 anos reaparece”.
O texto diz que, com a maré baixa, um velho conhecido retornou à paisagem da Ponta da Praia, em Santos. São os destroços do navio Recreio, ex-Pacaembu e ex-Carl Hoepcke, que estão na areia da praia desde 1971.
Além disso, recebi duas fotografias de Wanderley Duck, que mostram o Carl Hoepcke e o Anna em Santos.
Foto rara do Carl Hoepcke navegando pelo Estuário do Porto
de Santos, por volta de 1930. Acervo: Wanderley Duck.
Tudo isso me deu vontade de recordar o inesquecível navio...
Sobre o Carl Hoepcke, este colunista tem um artigo publicado no Portogente, em parceria com o jornalista Armando Akio.
Mas o artigo escolhido para ilustrar esta coluna é do livro Navios e Portos do Brasil, de João Emílio Gerodetti e Carlos Cornejo.
Eis o texto:
O Carl Hoepcke, de navio de passageiros a atração turística
escrito por João Emílio Gerodetti e Carlos Cornejo
O Carl Hoepcke foi construído no estaleiro alemão Schichau-Werft, em Elbing, atual Elblag, na Polônia. O homenageado, falecido em 8 de janeiro de 1924, aos 80 anos, não chegou a conhecer o navio.
O batismo teve por madrinha Ilse Weoneck, neta de Carl Hoepcke, então com 14 anos.
O Carl Hoepcke atracado em Florianópolis. À esquerda, a Ponte
Hercílio Luz. Por volta de 1930. Reprodução do livro Navios e
Portos do Brasil - Gerodetti/Cornejo.
O vapor tinha 62 metros de comprimento, aparelho de radiotelegrafia, dois camarotes de luxo, acomodações para 50 passageiros em primeira classe e 60 em terceira.
Chegou a Florianópolis em 14 de agosto de 1927, após 27 dias de navegação, conduzido por uma tripulação alemã, sendo recebido com festividades e visitado por numeroso público, que admirou deslumbrado seus dois salões, o refeitório – equipado com dez mesas e cadeiras giratórias, louças e pratarias finas –, dispondo de um piano, e o salão para fumantes, com divãs e poltronas de couro.
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