Sábado, 20 Abril 2024

Relendo recentemente o interessante livro "Navios e Portos do Brasil – Nos Cartões-Postais e Álbuns de Lembranças", de autoria dos amigos João Emílio Gerodetti e Carlos Cornejo, lançado em 2006, tomei conhecimento de vários fatos sobre a navegação fluvial. Dentre elas a navegação pelos rios Paraná, Paraguai e São Francisco.


Cartão-postal da primeira década do século XX, mostrando
a localização dos principais portos litorâneos e fluviais
do Brasil. Fontte: livro Navios e Portos do Brasil.

No entanto, desconhecia um fato sobre o desenvolvimento da navegação pelo Rio Amazonas, no século XIX, que aqui destaco. 

Até 1853, o tráfego de vapores pelo Rio Amazonas era interditado, sendo a navegação realizada por batelões que levavam várias semanas para chegar até Manaus, no Rio Negro. Naquele ano, o Barão de Mauá obteve o monopólio da navegação a vapor pelo Amazonas e organizou no Rio de Janeiro a Companhia de Navegação a Vapor do Amazonas, mais conhecida como Companhia do Amazonas.


O paquete Rio Amazonas da armadora italiana La ligure Brasiliana, que entre
1897 e 1903 manteve linha regular entre Genova e Manaus. 
Fonte: livro Navios e Portos do Brasil.

Em 7 de dezembro de 1866, após séculos de proibição, o Rio Amazonas foi franqueado à livre navegação de todas as nações. Com o incremento do tráfego fluvial, foram criadas em Belém e Manaus mais duas companhias de vapores: a Fluvial Paraense e a Fluvial do Alto Amazonas, incorporadas em 1874 à Companhia do Amazonas.

Naquela mesma época, começaram a navegar pelo Rio Amazonas os primeiros vapores ingleses, subsidiados pelo Governo Imperial, das companhias Booth Line e Red Cross Line, que estabeleceram linhas regulares entre Liverpool e Manaus, numa viagem de quinze dias, e entre Nova Iorque e Manaus.


O vapor fluvial Rio Ituhy navegando pela região dos seringais do Rio
Jurupari no início do século XX. Fonte: livro Navios e Portos do Brasil.

Em 1883, a Companhia Brasileira de Paquetes a Vapor iniciou a primeira linha regular entre o Rio de Janeiro e Manaus. Em 1890, já existiam dezesseis companhias operando nos rios da região amazônica, com uma frota de 114 navios a vapor, além de inúmeras embarcações menores.

Fundada em Gênova, em 1897, a até 1903, a companhia italiana Societá di Navigazione La Ligure Brasiliana manteve uma linha entre Gênova a Manaus, com os paquetes Rei Umberto e Rio Amazonas, aos quais juntou-se, em 1899, o vapor Colombo.


O vapor Justo Cheremont atracado no trapiche do Porto de Moz, situado
na margem direita do Rio Xingu,  nas proximidades da desembocadura do
Baixo Rio Amazonas. Início do século XX. Fonte: livro Navios e Portos do Brasil.

Naquela mesma época, as companhias alemãs Hamburg-Amerika Linie e Hamburg-Sudamerikanische criaram linhas regulares entre portos europeus e Manaus, servidas pelos vapores transatlânticos Valdivia, Patagonia, Allemania, Commodoro Rivadavia, Valesia e Amazonas.


Cartão-Postal publicitário do medicamento Esanofele - infalível contra as
febres maláricas -, distribuído pelo batelão Carapaná ao longo do Rio Acre,
da boca do Rio Pauini, no Amazonas, ao Rio Xapuri no atual estado do Acre,
em plena região produtora de borracha. Fonte: livro Navios e Portos do Brasil.


O vapor Juruá descarregando mercadorias num afluente do Rio Juruá,
no Amazonas, no início do século XX. Fonte: livro Navios e Portos do Brasil.

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