Sexta, 19 Abril 2024

A primeira vez que ouvi o nome do conhecido prático Zé Peixe – falecido recentemente - foi através do comandante do inesquecível navio de passageiros Funchal, Amadeu Albuquerque, durante cruzeiro em 1995.

Foto: Infonet

Mesmo aposentado, Zé Peixe jamais se distanciou da Marinha

O comandante contou as peripécias de José Martins Ribeiro Nunes, o Zé Peixe, que o impressionaram profundamente. O prático Zé Peixe, por exemplo, tinha um método nada ortodoxo de deixar o navio, após as manobras de atracação ou desatracação do cargueiro: a nado, dispensando a lancha dos práticos.

É possível ver algumas dessas peripécias no vídeo abaixo, quando Zé Peixe ganhou grande destaque do Jornal Nacional, da Rede Globo de Televisão.

Pois bem, os leitores desta coluna sabem que, quando o assunto é interessante, cedo o espaço com prazer, como é o caso de um relato de Fábio Mello Fontes, presidente da Praticagem de Santos, que conta como conheceu o famoso Zé Peixe.

Eis o artigo, publicado no último Informativo do Centro de Capitães da Marinha Mercante do Rio de Janeiro.


A Lancha Loirinha, durante passeio pela Baia de Santos. Ela foi levada por
Fábio Mello Fontes para Aracaju, em Sergipe. Acervo: Silvio Roberto Smera.

Tributo a Zé Peixe

Fábio Mello Fontes
Prático em Santos

No dia 26 de abril de 2012, faleceu em Aracaju um grande brasileiro conhecido mundialmente por ser único no que fazia, no modo como fazia, e por sua postura diante da vida. Um cidadão exemplar.


Anúncio de uma das lanchas "Loirinha" numa revista regional dos anos 1970.
O ponto ficava na antiga Ponte dos Práticos - atual Edgard Perdigão. Ao
fundo, um dos navios da armadora Blue Star Line. Acervo: L. J. Giraud

Este ilustre personagem era o meu colega, prático do Porto de Aracaju, José Martins Ribeiro Nunes, o famoso Zé Peixe. Sem igual no mundo, não usava lancha para embarcar e desembarcar dos navios: ia e voltava a nado. Ocasionalmente, ainda jovem, segundo me narrou, usava um pequeno veleiro que deixava amarrado em uma bóia de sinalização da barra, para posterior retorno ao Porto, após orientar uma manobra de saída.


Ao centro, o autor do artigo "Tributo a Zé Peixe", Fábio Mello Fontes,
ladeado pelos práticos Poyart, Castanho e Gerson da Costa Fonseca
(1918-2010). A foto foi tirada na antiga sede da praticagem santista.

Zé Peixe foi homem de alma simples e nobre, salvou do mar muita gente. Condecorado, homenageado, respeitado e reconhecido em sua comunidade, teve um velório e enterro de alta dignidade proporcionado pelo reconhecimento e gratidão de seu povo e da Marinha do Brasil que também via nele um cidadão de bem e por isso lhe reservou, com justiça, um emocionante cerimonial fúnebre.

Foto: Silvio Oliveira/G1

Corpo do prático ‘Zé Peixe’ foi sepultado no Cemitério Santa Isabel, em Aracaju

Clique aqui para ler a segunda parte deste artigo.

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