Sábado, 20 Abril 2024

Clique aqui para ler a primeira parte deste artigo.

O Federico C, ao passar na altura da antiga ponte dos práticos, deu um apito longo de despedida, o que causou um forte aperto na garganta. Meus olhos ficaram lacrimejados e quem ali estava também sentiu a mesma sensação... era pura emoção.

Vi navios que o tempo não consegue apagar da mente. Citarei apenas alguns: os britânicos Andes, Alcantara, Arlanza e Highland Monarch, os franceses Provence, Bretagne e Pasteur, os italianos Conte Grande, Giulio Cesare, Augustus, Anna C, Federico C e Eugenio C, os americanos  Del Sud, Brasil, Argentina e Del Mar, os espanhóis Cabo San Vicente e Cabo San Roque, os argentinos Alberto Dodero, Yapeyu, Rio de La Plata e Rio Jachal, os japoneses Brazil Maru e Argentina Maru, os holandeses Ruiz e Tjitalengka e os nossos famosos cisnes brancos, o Princesa Isabel, o Princesa Leopoldina, o Anna Nery e o Rosa da Fonseca. Eram muitos!


A magistral foto do transatlântico Conte Grande, tirada pelo grande
José Dias Herrera, quando passava pela Ponta da Praia - 1952. Col. do autor

Há quem afirme que ao longo do século XX escalaram em Santos mais de 1.500 navios de passageiros de diversas bandeiras.

As armadoras tinham nomes que ainda estão guardados na memória, como Royal Mail Line, Itália di Navigazione, Linea C, Moore-McCormack Lines, Delta Line, Société Générale de Transports Maritimes, Ybarra Y Cia., Líneas Dodero, Flota Mercante Del Estado, OSK Line, Royal Interocean Line e Lloyd Brasileiro.
       
Evocando navios de passageiros de tempos que não voltam mais – não retornam, mas ficaram e ficarão eternamente guardados na lembrança –, este texto exibe imagens dos palácios flutuantes dos anos dourados.

Com o desenvolvimento do transporte aéreo, principalmente com a chegada na aviação comercial do avião a jato em 1958, os navios de passageiros começaram a perder espaço e muitos transatlânticos foram sucateados ou passaram a fazer viagens de cruzeiro.


O Federico C entrando no Porto de Santos, em 1960. Na imagem, são
vistas pessoas assistindo à passagem do transtlântico e automóveis da época. Nota-se que o casco sofreu raspagem na pintura, provavelmente durante manobra de atracação em algum porto de escala. Foto de Boris Kauffmann, acervo de Berenice Kauffman. A imagem participou do último concurso de fotografias da Agaxtur Turismo.

Para alívio dos saudosistas, como eu, ainda bem que começou uma nova era de transatlânticos, na forma dos modernos navios de cruzeiros, que utilizam o Porto de Santos como base ou em trânsito!

Tudo mudou com o passar dos anos, mas o glamour dos transatlânticos é para sempre!

A passarela natural dos navios na amurada da Ponta da Praia também teve as feições alteradas, recebeu melhorias, ao longo dela surgiram edifícios, o Deck do Pescador, e a Ponte dos Práticos foi transferida para outro local da avenida.

Apesar das mudanças na geografia urbana, a amurada da Ponta da Praia continua a ser o mirante dos transantlânticos e de navios de todos os tipos.

Curta, comente e compartilhe!
Pin It
0
0
0
s2sdefault
powered by social2s
Deixe sua opinião! Comente!