Sábado, 28 Dezembro 2024

Com o término da Segunda Guerra Mundial, em 1945, a paz voltou a reinar no mundo e as grandes e pequenas companhias de navegação aos poucos foram recebendo de volta os seus transatlânticos que haviam sido requisitados por seus governos para utilização como transporte de tropas.

 

O cartão-postal do Porto de Santos, mostra o cais quase que

deserto. Navios só entravam escoltados e em comboios. Notem

que os bairros da Aparecida e Ponta da Praia eram quase um

descampado. Acervo: L.J.Giraud.

 

Para essa finalidade eles foram despojados de suas finas mobílias, quadros pintados a óleo por afamados artistas, objetos de arte, cortinas e tudo que fosse considerado luxo. Seus espaços internos se transformaram em alojamentos. Nos tombadilhos e castelos de proa foram instaladas peças de artilharia, e receberam pinturas na cor cinza escuro, além de balsas de salvamento. Os navios de passageiros ficaram feios e irreconhecíveis.

 

Assim o mundo praticamente ficou sem as viagens marítimas por aproximadamente seis anos. No Atlântico havia bloqueio naval por parte dos aliados, além de estar infestados de submarinos alemães conhecidos como U-Boats. Alguns deles afundaram vários navios nacionais na nossa costa, como o Araraquara, Aníbal Benévolo, Cabedelo, Cte. Lira, Itagiba, Buarque, Alegrete, entre outros, com elevado número de vítimas.

 

Para dar uma idéia do como eram formados os comboios de guerra,
reproduzimos um no Atlântico Norte, onde nota-se a explosão de
um petroleiro após ser atingido por um torpedo de um submarino
alemão. Reprodução: Revista de Marinha, Lisboa-Portugal.

 

Esse foi o motivo que levou o Brasil a declarar guerra as nações do Eixo – Alemanha, Itália e Japão, em 31 de agosto de 1942. É bom lembrar que esses navios brasileiros viajavam com objetivos comerciais, pacíficos e desarmados quando foram atacados. – Getúlio Vargas era o presidente da Republica.

 

Muitos desses transatlânticos não mais retornaram as suas funções , por terem sido bombardeados pela aviação e outros tipos de ataque. Dentre eles, o britânico Highland Patriot afundado pelo submarino U-38 no dia 1 de outubro de 1940: os italianos Neptunia e Oceania, o germânico Cap Arcona. Foram muitos.

 

Após o término da Segunda Guerra Mundial,

vários navios após grandes reformas

voltaram aos serviços que prestavam antes

de serem convertidos em transporte de

tropas, como também vieram outros recém

lançados como os norte-americanos Del Sud,

Del Norte e Del Mar da Delta Line-Mississipi

Shipping.co - New Orleans. Essa companhia

investia em belas publicidades. Anúncio na

revista National Geographic.

 

Nesse triste período os portos do mundo ficaram quase que desertos, os navios só saíam em comboios levando suprimentos para os aliados. O cais santista ficou assim.

 

Já em 1946, os navios começaram a navegar pelos quatro cantos do mundo, sendo que os transatlânticos sofreram remodelações e começaram a aparecer por volta de 1948, como o Andes que fez viagem inaugural para América do Sul nesse ano. Esse transatlântico que ficou muito conhecido nos seus portos de escala, foi requisitado pelo almirantado britânico em 1939, ano em que foi entregue a armadora Royal Mail Line, mais conhecida no Brasil e em Portugal como Mala Real Inglesa. Outros que retornaram foram os norte-americanos Brazil, Uruguay e Argentina, os italianos Conte Grande e Conte Biancamano.

 


Os veteranos Brazil, Uruguay e Argentina,
que
foram convertidos em navio transporte,
retorna
ram como heróis de guerra, na linha da
América
do Sul. Foi no Uruguay que a célebre
cantora
Carmen Miranda seguiu para os EUA,

onde alcançou grande sucesso. Anúncio na revista

National Geographic - 1949.

 

Daí por diante foi uma bela enxurrada de novos navios de passageiros, como exemplo: os belíssimos italianos Giulio Cesare e Augustus da Itália di Navigazione, os franceses Provence e Bretagne, os argentinos Rio de La Plata, Rio Jachal, Alberto Dodero e Yapeyu, os portugueses Vera Cruz e Santa Maria. Foi uma verdadeira festa de navios de passageiros. Infelizmente não podemos mencionar outros navios, em razão da lista ser grande.

 

Com a chegada dessas maravilhas dos sete mares, os anos perdidos sem as viagens marítimas foram compensados com o retorno do glamour, dos divertimentos, dos Jantares e festas de gala, que hoje nos cruzeiros chamamos de Noite do Comandante.

 

Imagem mostra a chegada triunfal do belo transatlântico

S/S America, da US Line, no Porto de N. York, após reforma - 1949.

 

Com a volta da paz as companhias de navegação se utilizaram os meios de propaganda da época para anunciarem as maravilhas dos seus transatlânticos através de jornais, revistas, folhetos, cartões-postais, cartazes coloridos e tudo mais daquele tempo dourado, que não volta mais.

 

Veja mais imagens

 

Um dos navios construídos no período de paz, foi o portugês Vera

Cruz, da Companhia Colonial de Navegação - Lisboa. Seu gêmeo foi

o belo Santa Maria. O Serpa Pinto da mesma armadora, também

retornou e navegou até 1954.

 

Dois transatlânticos que voltarm incólumes na linha

Inglaterra/Estados Unidos foram os Queen Mary e

Queen Elizabeth. Que chegram cada um a transportar

15.000 soldados com todos os equpamentos. O Queen

Mary ainda está em atividade na cidade de Long Beach.

Funciona como Hotel e Centro de Convenções.

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