Segunda, 30 Dezembro 2024

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Essa série de navios ficou conhecida como Nações das Américas, pois receberiam nomes de países do continente americano.

Todos tinham desenho e características semelhantes. Eram inteiramente em aço. A proa (frente) convexa era do tipo cruzador. Tinham máquinas de propulsão – turbina a vapor.


O Cabo Frio foi um dos cargueiros da série "Cabo". Os outros foram:
Cabo Orange, Cabo de São Roque e Cabo de Santa Marta. Foram
construídos em estaleiro polonês nos anos de 1959 e 1960 e trocados
por café. Fizeram parte da modernização (1959-1960). Deram apoio
no tráfego internacional aos navios série Nações. Coleção: J.C. Rossini.

Cada um contava com seis porões de carga com capacidade total de 160 mil metros cúbicos, dos quais 40 mil em espaço frigorificado. E os navios eram servidos por oito guindastes elétricos.

Em outubro de 1945, era realizado o batimento da quilha da primeira das 14 unidades construídas nos Estados Unidos.

O primeiro cargueiro seria entregue em julho de 1947, com o nome de Lóide América – o nome Lloyd, naquelas unidades, foi aportuguesado para Lóide. O último a ser entregue foi o Lóide Uruguai, em 1948.

Os navios que compunham a série Nações das Américas e constuídos no Canadá foram o Lóide Argentina, Lóide Bolívia, Lóide Canadá, Lóide Chile, Lóide Paraguai e Lóide Uruguai.


O Lóide Brasil (1947-1969), um dos Bombas do Lloyd Brasileiro, com
sua silhueta ímpar que o diferenciava de outros tipos de cargueiros.
Foi, juntamente com seus irmãos, muito eficiente. O apelido Bomba
recebido pela série Nações das América era decorrente de lembrar
o perfil de uma bomba. Coleção: Wanderley Duck.

Nos Estados Unidos, foram construídos o Lóide América, Lóide Brasil, Lóide Colômbia, Lóide Cuba, Lóide Equador, Lóide Guatemala, Lóide Haiti, Lóide Honduras, Lóide México, Lóide Nicaragua, Lóide Panamá, Lóide Peru, Lóide São Domingos e Lóide Venezuela.

A diferença entre os navios era que, nos de construção canadense, as chapas de aço eram ligadas com rebites e, nos estadunidenses, as chapas eram soldadas.

De longe, os cargueiros pareciam bombas lançadas dos aviões durante a Segunda Guerra Mundial e por essa razão eram chamados carinhosamente de Bombas.

Faziam linhas para as Américas, Europa e Extremo Oriente, levando e trazendo riquezas para o Brasil. Entre as cargas de exportação, principalmente café.

Os Bombas constituíam, na época, a espinha dorsal do Lloyd Brasileiro. Navegaram por mais de 20 anos, quando foram substituídos paulatinamente por novos cargueiros, das séries Cabo, Baía e Ita. Estes últimos  homeageavam os Itas da Companhia Nacional de Navegação Costeira – Itaberá, Itagiba, Itassucé, Itaquatiá, Itaimbé e Itapagé, entre outros.

De 1948 a 1969, não passava dia em que o Rio de Janeiro e Santos não contavam com um cargueiro da série Nações das Américas no porto, fato raríssimo na História da Navegação Marítima, segundo Rossini.

Todos os navios da série Bombas terminaram as carreiras demolidos – nenhum perdido em acidente.

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