Segunda, 30 Dezembro 2024

Clique aqui para ler a primeira parte deste artigo.

“Era o ano da grande crise mundial do petróleo. Os problemas eram comuns para todos os armadores. As linhas marítimas de longo curso estavam perdendo terreno para as aéreas e os gastos com combustível eram alarmantes.”

“O que ficou decidido foi que em cinco anos todos os serviços de passageiros seriam desativados.”


O Guglielmo Marconi passando pela passarela santista de navios, a
Ponta da Praia, em 1976. Foto: J. C. Rossini.

“Aquele ano de 1972 foi particularmente difícil para o GIULIO CESARE. Lembro disso. No segundo semestre ele tinha sido obrigado a parar em pleno Atlântico numa viagem do Prata a Gênova para que o pessoal da praça de máquina pudesse trocar a camisa de um cilindro num dos motores principais.”

“No Natal daquele mesmo ano, quando o GIULIO CESARE chegou a Buenos Aires, a manobra resultou numa avaria séria ao leme. Em 30 de dezembro de 1972, dia da escala de volta em Santos, ele partiu a reboque até a barra; não conseguiram consertar o leme de forma satisfatória. O navio chegou em Gênova em 13 de janeiro de 1973, foi desativado, em via definitiva, e mandado ao sucateiro em La Spezia.”

“Já o CRISTOFORO COLOMBO, recém-chegado a Gênova, procedente de Nova York, com avarias após uma viagem de mares violentíssimos desde o Rio Hudson, foi preparado para a linha ao Brasil e Rio da Prata. No dia 2 de fevereiro de 1973, partiu de Gênova em primeira viagem aos nossos mares.”


O pesquisador e escritor José Carlos Rossini, autor de várias obras
sobre navios, como Rota de Ouro e Prata, diante da maquete do
charmoso Cristoforo Colombo, exposta no Museu Marítimo de Genova.

“Em 1977 cumpriu-se o que já era esperado. O COLOMBO partiu em abril e o MARCONI, que no entretempo havia entrado na linha ao Brasil em substituição ao AUGUSTUS, também foi desativado.”

“É isso.”

A título de reflexão: o Giulio Cesare parou com 21 anos de serviço. Como o navio havia sido garantido para 25 anos, ficou devendo quatro ao armador.

Como se pode notar, o texto é sucinto, mas com informações interessantes de um navio que deixou o nome marcado no livro de ouro no Porto de Santos.

Parabéns para Wanderley Duck e ao seu amigo, que mostra claramente ser um profundo conhecedor de navios!

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