Quarta, 08 Mai 2024

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Em 1923, Cervetto recebia a patente de capitão-de-longo-curso da marinha mercante italiana.

 

Nessa função participou de numerosas operações de transporte naval, no decorrer da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), notadamente a evacuação de prisioneiros austríacos para portos italianos do Mar Adriático.

 


Cartão-postal clicado do alto do Monte Serrat, mostrando parte
do Centro Histórico de Santos, onde o prédio de destaque é a
Alfândega do porto santista. A Praticagem ficava no prédio à
esquerda da Alfândega, onde é visto ao fundo duas lanças de
guindastes. A mudança da sede para Ponta da Praia deu-se em
1949. A imaagem é de 1934. Col. do autor.

 

Por esse fato, recebeu, do então Governo Real, a condecoração da Cruz de Guerra e a patente de tenente da Marinha de Guerra da Itália.

 

Após o término do conflito, Nicolo Cervetto resolveu transferir-se, em 1922, para o Brasil, fixando residência na Rua Sampaio Moreira, no Bairro do Embaré, em Santos, onde residiu até 1956.

 

Como comandante, serviu durante vários anos nos navios cargueiros da Sociedade Paulista de Navegação Matarazzo (SNPM).

 


O transatlântico italiano Conte Biancamano, da Italia di Navigazione,
media 202,40 metros de comprimento e deslocava 24.416 toneladas.
Foi um dos navios manobrados incontáveis vezes por Cervetto.
Imagem de 1950. Col. do autor.

 

No entretempo contraiu matrimônio com Gerolama Piantato, com quem teve três filhos: Angela (1924), Giovanni Batista (1926) e Caterina (1928).

 

Serviu na SNPM durante dez anos, até 1932, entrando no mesmo ano na Praticagem de Santos como prático, função que manteve por 24 anos – até 1956.

 

Foi colega de serviço de nomes ilustres daquela entidade, como Henrique Corrêa da Luz, Edmar Botto de Mello, Joaquim José da Silva, José Domingues Silveira, Teóphilo Quirino, Alberto Marinho, Constantino de Azevedo, Gerson da Costa Fonseca, Salvador da Costa Godinho, Afonso da Costa Godinho, Raul Mesquita de Marinho, Manoel Antônio Couto, Sebastião Couto, Achilles Tacão, Quincio Peirão, Carlos Stein, Antonio Reis Castanho Filho, Dino Caltabiano, todos falecidos – com exceção de Raul Marinho de Mesquita, atualmente com 93 anos de idade.

 


Pela antiga Ponte dos Práticos, na Ponta da Praia, Nicollo Cervetto
passou inúmeras vezes após orientar navios de todos os tipos nas
suas entradas e saídas. Hoje, essa ponte foi reformada e foi
construída uma nova ponte para os pilotos do Porto. Na fotografia
acima, clicada por José Dias Herrera no distante ano de 1952, vemos
o navio de imigrantes Alpe passando pelo local. Col. do autor.

 

Vale ressaltar que Cervetto foi prático peferencial das armadoras SNPM, Italia di Navigazione, Linea C e Messageries Maritimes.

 

Homem dedicado à família e à profissão, era modesto com as pessoas com as quais convivia. E tinha como lazer a caça e a pesca, que praticava, respectivamente, nas matas da Serra do Mar e nas águas da Baía de Santos.

 

Ao findar a carreira de prático, tendo já recebido a comenda da Ordem de Cavalheiro do governo italiano, transferiu residência  para o Balneário do Guarujá, nomeado Cônsul Honorário da Itália, vindo a falecer e ser sepultado nessa localidade em março de 1973, aos 86 anos de idade.

Fica aqui uma singela homenagem àquele que foi um dos grandes personagens da rica História do Porto de Santos – o prático Nicolo Cervetto!


O belíssimo Giulio Cesare (gêmeo do Augustus) de 1951 - um dos
navios mais célebres dos anos dourados dos navios de
passageiros, atracando no antigo Armazém de Bagagens da
Companhia Docas de Santos (CDS). Era um dos navios da
armadora italiana que dava preferência ao protagonista deste
artigo, Nicolo Cervetto. Cartão-postal. Col do autor.

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