Quarta, 08 Mai 2024

Cada navio que atraca faz parte da história da cidade que o recebe.

Seja transatlântico, cargueiro, tanque, de guerra, de salvatagem ou de outra classificação, desde que tenha atracado em um determinado cais. O navio passa a fazer parte da história da cidade.


Cartão-postal da armadora francesa Chargeur
Réunis, distribuido na década de 1930. Col. do autor.

Afinal de contas, a embarcação ficou ligada à cidade por meio dos cabos de atracação, que recebem diferentes nomes conforme o emprego: lançantes, través e espringues.

Os transatlânticos de passageiros, nos anos anteriores e posteriores a 1900, trouxeram imigrantes e mais imigrantes que deixaram os países de origem, em busca de melhores condições de vida.


O vapor Aragon da armadora britânica Royal Mail Steam Packet,
mais t
arde Royal Mail (Mala Real Inglesa), em manobra de atracação
no início do século passado. Era um dos navios da famosa série "A":
Amazon, Avon, Araguaya e Asturias, entre outros. Col. do autor.

Durante décadas, vieram – apenas ao Porto de Santos! – mais de 1.500 navios diferentes e de várias bandeiras.

Os imigrantes que prosperavam sempre mantiveram firme o sonho de voltar ao país de origem ou de matar as saudades e depois retornar. Por isso, o tráfego de navios no Atlântico Sul era intenso naqueles períodos.

Os nomes dos navios eram marcantes, ficaram indelevelmente registrados na memória.


O transatlântico germânico Cap Polonio durante manobra de passar
o cabo (lançante) para atracação no Porto de Santos. Pela proa,
devidamente atracado o navio de passageiros italiano Conte Verde,
em 1927. Col. do autor.

Entre os de bandeira italiana, Principe Umberto, Re Vitorio Duilio, Tormina, Duca Degli Abruzzi, Conte Rosso, Conte Verde, Conte Grande, Giulio Cesare, Anna C, Eugenio C e Cristoforo Colombo.

Os navios alemães eram, entre outros: Cap Polonio, Cap Verde, Cap Trafalgar, Cap Finisterre, Cap Arcona, Monte Samiento, Monte Rosa e Ypiranga.

O pavilhão francês era ostentado no Équeteur, Ernest Simon, Chili, La Gascogne, Atlantique, Valdivia, Ceylan, Aurigny, Groyx, Lutetia e Massilia.


O luxuoso transatlântico francês Massilia, gêmeo Lutetia, atracado
no cais da Praça Mauá, no Rio de Janeiro. O Massilia ficou conhecido
pelo famoso "crime da mala", onde a vítima foi Maria Féa, tida por
muitos como milagrosa - 1928. Col. do autor.

A bandeira inglesa tremulava no Danube, Araguaya, Aragon, Avon, Asturias, Arandora, Alcantara, Voltaire, Andes, Arlanza e Brazil Star.

A Holanda se fazia presente nos navios Frisia, Zeeelandia, Gelria, Tubantia, Brabantia, Orania e Ruyz.

A presença portuguesa ocorria no Niasa, Serpa Pinto, Vera Cruz e Santa Maria.


O majestoso transatlântico italiano Augustus, na viagem inaugural,
durante escala em Santos no dia 17 de março de 1952. Sua última
escala aconteceu em 1976. Foto: José Dias Herrera. Col. do autor.

Clique aqui para ler a segunda parte deste artigo.

Curta, comente e compartilhe!
Pin It
0
0
0
s2sdefault
powered by social2s
Deixe sua opinião! Comente!