Quarta, 08 Mai 2024

Conheci o professor Waldir Rueda em 2008, nas dependências do Parque Balneário, shopping center santista quase à beira-mar. O encontro aconteceu através de um amigo comum, quando faltavam meses para o lançamento da sua obra sobre o fundador da Cidade de Santos, Brás Cubas. Waldir fazia questão de redigir o nome com a grafia original, Braz.

Passado certo tempo, Waldir ligou para comentar uma fotografia estampada no livro pictórico que relancei, Santos e a Cia. das Docas – 1904, originalmente publicado pela Companhia Docas de Santos (CDS), a empresa privada que administrou o complexo portuário santista durante 90 anos, de 1890 a 1980.


O professor, pesquisador, historiador e escritor
Waldir Rueda foi um grande defensor do 
patrimônio histórico de Santos. Reprodução.

Após expor o seu ponto de vista, Waldir disse ter lido um artigo que escrevi sobre os bondes da Cidade, publicado aqui nesta coluna Recordar.

Ele acrescentou que estava em fase final para editar um livro sobre os bondes, com excelentes ilustrações sobre o melhor meio de transporte que já tivemos.

A obra era sobre os 100 anos da inauguração dos bondes elétricos em Santos, que aconteceu em 28 de abril de 1909.


Na conhecida Praça Ruy Barbosa, o encontro de duas eras: o bonde
puxado a burros e o bonde elétrico. Do lado esquerdo da praça, a
Rua General Câmara, e à direita a Rua do Rosário, hoje a alargada Av.
João Pessoa - 1909. Col. do autor.

Waldir contava com o auxílio de colecionadores de imagens antigas, na esperança de que tivessem fotografias antigas de bondes de Santos. E perguntou se podia contar comigo. Prontamente disse que sim – e prometi separar as que encontrasse no meu acervo.

Passaram-se os dias, e Waldir apareceu no meu escritório, no Centro Histórico de Santos, para fazer a escolha das imagens.

Após selecionar umas 10 imagens que considerou adequadas, pediu que as escaneasse em determinada resolução. Fiz o que solicitou e encaminhei o material a ele.


Um bonde típico de Santos, da linha do Bairro do Marapé, clicado
nos anos 1960. Acervo: Tramway.

A obra de Waldir deveria ter sido lançada em 2009. Isso não aconteceu, segundo me informaram, por não ter ele obtido os recursos financeiros para a execução dos serviços gráficos.

Na manhã de 21 de agosto de 2011, um domingo frio e chuvoso de inverno, recebi um telefonema do amigo José Carlos Silvares, informando o triste acontecimento. Waldir Rueda Martins havia nos deixado, aos 44 anos de idade.


O bonde articulado tinha uma cor diferenciada, era acinzentado.
Na foto do acervo de Foster M. Palm, ele está fazendo a curva para
sair da Av. Presidente Wilson para pegar a Av. Ana Costa. Ao fundo,
a famosa Fonte Luminosa na Praça das Bandeiras. Início dos anos 1960.

Não mais cruzaremos Waldir pelas ruas santistas!

Clique aqui para ler a segunda parte deste artigo.

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