Quarta, 08 Mai 2024

Em 1994, durante viagem a Portugal, entrei em uma livraria de Lisboa com o intuito de adquirir uma obra, quando vi, entre as revistas expostas, uma que me chamou atenção.


O transatlântico Vera Cruz, orgulho dos portugueses e descendentes,
atracado por boreste e exibindo o seu belo perfil. O navio media
185,5 metros de comprimento. Sua viagem inaugural aconteceu
em 3 de abril de 1952. Col. do autor.

Era um exemplar da Revista de Marinha. Devido à ótima qualidade, bons artigos e excelentes fotografias, não titubeei e comprei o exemplar.

Ao retornar ao Brasil, li com entusiasmo as interessantes reportagens.


Cartão-postal oficial da Companhia Colonial de Navegação, pintura
óleo sobre tela de Gordon Ellis. Encontra-se em exposição num dos
salões do Museu de Marinha, Lisboa.

Resolvi então ligar para o diretor da Revista de Marinha na época, o comandante Gabriel Lobo Fialho (falecido em 5 de junho de 2011, em Lisboa), para fazer uma assinatura da revista.

Ao telefonar para o comandante Fialho, também queria obter informações sobre o meu transatlântico preferido, que está e sempre estará eternamente guardado no coração: o português Vera Cruz, irmão do Santa Maria, ambos pertencentes à Companhia Colonial de Navegação e que fizeram viagens inaugurais em 1952 e 1953.


O transatlântico Santa Maria era gêmeo do Vera Cruz. Na época,
eram os maiores navios de passageiros da marinha mercante
portuguesa. Sua viagem rumo ao Brasil deu-se em 12 de novembro
de 1953. Col. do autor.

Diga-se de passagem, o meu avô materno veio de Portugal, após visitar familiares, na segunda viagem do belíssimo Vera Cruz.

Eu – ainda criança – e os meus familiares viajamos com destino ao Rio de Janeiro, perto do Natal de 1956.


A Praça Mauá, no Rio de Janeiro, tal como era nos anos 50 do
século passado. Na imagem, aparece o início da conhecida Av. Rio
Branco e o Edifício A Noite. Reprodução.

Essas duas viagens, em especial, fizeram com que eu passasse a ter profunda admiração pelo inesquecível navio.

Retornando ao comandante Fialho, fui muito bem atendido pelo diretor da Revista de Marinha, que me transmitiu as informações solicitadas.


Vista da Baía de Guanabara, com o Cristo Redentor, o Pão de Açúca,
o final da Praia do Flamengo, a Enseada de Botafogo e a Ilha de
Cotunduba, à direita citada na crônica. Col. do autor.

Posteriomente, ele ainda enviou matérias e fotocópias de algumas páginas do livro Navios Portugueses, do escritor Luís Miguel Correa, autor de obras sobre embarcações, inclusive em parceria com o admirável William H. Miller Junior.

Entre o material que recebi, veio uma crônica, publicada no Diário de Notícias, de Lisboa, de autoria do jornalista e escritor Rubem Braga (1913-1990), um dos maiores cronistas do Brasil, intitulada: “Os Portugueses e o Navio”.

Clique aqui para ler a segunda parte deste artigo.

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