Quarta, 08 Mai 2024

* com contribuições de Glen Gordon Findlay, da Grieg

As companhias de navegação, em tempos passados, eram muito conhecidas no Porto de Santos e nos portos de escalas.


O porta-contêineres San Antonio, de 30.100 toneladas e capacidade
para 1.512 TEUs, tinha como irmãos San Lorenzo, San Vicente, San
Isidro e San Clemente, lançados na década de 1990. Foto S. R. Smera.

Cada armadora tinha personalidade própria e as características dos navios, que imprimiam um estilo único à frota da companhia, diferenciavam uma das outras.

Em Santos, cidade do Atlântico, nas coordenadas 23°58’56.02" de Latitude Sul e 46°17’33.38" de Longitude Oeste, as pessoas com mais vivência nas atividades portuárias – como agentes de navegação, práticos, mestres de rebocadores, despachantes aduaneiros, policiais federais, agentes da saúde, funcionários da Alfândega, conferentes e integrantes das inúmeras profissões portuárias – certamente se recordam de uma conceituada armadora norueguesa que operou durante décadas: a Ivaran Lines, ou simplesmente Ivaran, como também era conhecida.


O Ivaran Eagle no canal de acesso ao Porto de Santos. Foto de S. R.
Smera na década de 1990.

A Ivaran era representada no Brasil pela conceituada Agência de Vapores Grieg, de Santos, fundada em 1930.

Este texto não tem a pretensão de contar a história da Ivaran, cujo objetivo era sempre atender de forma eficiente a linha entre Estados Unidos, Brasil, Uruguai e Argentina. Mas busca recordar sinteticamente como surgiu essa notável companhia, que deixou marcas nos oceanos e na História da Navegação.


O San Clemente passando nas proximidades da linha das balsas
Santos/Guarujá. Foto S. R. Smera.

Em 15 de outubro de 1902, Ivar Anton (Ivaran) Christensen, aos 34 anos de idade, adquiriu o seu primeiro navio, o Modesta, construído em 1892 e que deslocava 850 toneladas.

A companhia Ivaran, porém, foi fundada apenas em 1920. No entanto, ela só passou a trafegar com o próprio nome na América do Sul em 1938, depois da dissolução do “joint” que mantinha com a Moore McCormack, iniciado em 1932.

Anteriormente, na década de 1920, a Ivaran já operava no tráfego Estados Unidos-Brasil, mas através da Linea Sud Americana (LSA), uma cooperação com uma empresa americana chamada Garcia & Diaz.


O Santos, construído em 1985, deixando a Cidade na década de 1990.
Foto: S. R. Smera.

O empreendimento deu certo e aos poucos a armadora foi adquirindo navios de qualidade, como constatado pelos importadores e exportadores, clientes da companhia. Nos portos brasileiros, principalmente Santos, foram embarcadas incontáveis sacas do nosso ouro verde, o café.

Nos anos 20 e 30 do século XX, a armadora transportava grande quantidade de cachos de banana para o mercado argentino.

O famoso C na chaminé dos navios da companhia norueguesa era um diferencial, destacando as embarcações da Ivaran de outras famosas armadoras que aqui escalavam.


O belo Americana, que além de porta-contêineres transportava com
todo o conforto passageiros em viagem de cruzeiros. Sua viagem
inaugural aconteceu em 1988. Foto: S. R. Smera.

Entre os navios da Ivaran, citaremos o Santos, Buenos Aires, Montevideo, Rio de Janeiro, Ivaran, Salvador, Savannah, Santa Fe e o Americana.

Nesta singela lembrança, são apresentados navios em fotografias reproduzidas e imagens clicadas em Santos pelo shiplover Silvio Roberto Smera, que está sempre de olhos abertos aos cargueiros e demais embarcações que entram e saem do Porto.


O Santos de 1952, fotografado em Nova Iorque por volta de 1953,
era gêmeo do Buenos Aires. Foram os primeiros navios construídos
para a Ivaran depois da segunda Guerra Mundial. Reprodução.

Dos navios representados pela Agência Grieg, dois ficaram gravados na minha memória: o Santos, de 1952, e o belo Americana, de 1988. Este último, com certeza, está guardado na memória e no coração dos admiradores de cargueiros!

Este artigo é também uma singela homenagem a Alex Grieg, dinâmico presidente das Empresas Grieg, homem de grande experiência no transporte marítimo!


O San Martin passando pela Ponta da Praia, em Santos. Meados
da década de 1990. Foto: S. R. Smera.

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