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O Relógio do Gonzaga foi entregue no mesmo dia da inauguração da Fonte 9 de Julho, a famosa fonte luminosa santista, na Praça das Bandeiras, na esquina da Avenida Ana Costa com a praia. Nunca soube desse acontecimento simultâneo.
Recorte de jornal do dia da inauguração do
relógio, com objetivas informações do
grande evento. Reprodução: Novo Milênio
Para melhor entendimento de como foi elucidado o surgimento do Relógio do Gonzaga, repasso ao leitor as informações do Novo Milênio – Famosos Relógios Públicos da Cidade:
Quem hoje tem a hora exata a um toque de telefone celular e vive cercado de meios de obter essa informação, mal imagina como, em tempos idos, uma torre com relógios, os sinos de uma igreja dobrando nas chamadas horas canônicas e a sirene apitando para chamar os trabalhadores tinham um significado extraordinário para a população de uma cidade que mal contava com sistema de telefonia razoável.
Mesmo assim, um antigo relógio, situado num dos pontos de maior visibilidade – a Praia do Gonzaga –, quase sumiu na memória dos santistas, que no século XXI só conservam a lembrança dele por aparecer num cartão-postal, nada mais.
O Novo Milênio investigou a partir dessa informação mínima, topando na Internet com fotos de um relógio semelhante existente na Capital paulista, daí chegando ao filho do construtor, que possuía recortes de jornais não datados.
O admirável jornalista e pesquisador Carlos
Pimentel, que comanda o site Novo Milênio
Com alguma dedução, foi possível, a partir desses fragmentos de informação, localizar o original de uma das matérias recortadas e assim estabelecer a data da inauguração do relógio, aliás a mesma da fonte luminosa Nove de Julho – 9 de julho de 1936. Curiosamente, o jornal A Tribuna não citou o relógio na matéria sobre a inauguração da fonte.
O Novo Milênio obteve imagens de um relógio semelhante que existiu também no Guarujá.
Com o nome do responsável pelo relógio confirmado, uma consulta ao guia telefônico paulistano permitiu o contato direto com Mario Montini de Nichile, filho do construtor dos relógios, que confirmou ser de seu pai, Octávio de Nichile, o relógio instalado no Gonzaga, da mesma forma que o de Guarujá e cinco outros na Capital paulista, do qual só um foi preservado.
Sobre os relógios da Baixada Santista, explicou:
“Ainda quando criança, me lembro do meu pai falar que os relógios de Santos e Guarujá tiveram pequena vida útil porque o ar marítimo carrregava sal e corroía as peças de aço das máquinas do relógio. Não havia naquele tempo os materiais que hoje são disponíveis”.
E enviou ao Novo Milênio alguns recortes de jornais não datados, de seu arquivo.
Encerradas as palavras transcritas do site Novo Milênio, tenho muito a agradecer a Pimentel, que garimpa informações, detalhes, personagens e histórias de Santos e da Baixada Santista, para recuperar o passado e para guardar esses conhecimentos para as gerações futuras – e até para as atuais!
A Pimentel, reafirmo a minha eterna gratidão porque se mantém firme e fiel como guardião do baú de coisas, personagens e acontecimentos que formam o tesouro que é a História de Santos e região.