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O capitão Kepler Alves Borges – hoje aos 87 anos de idade, que serviu no quartel-general da FEB, junto com Castelo Branco e Mascarenhas de Moraes – conta que havia um ponto de encontro, após o desfile, onde aguardavam caminhões do Exército brasileiro para levar os pracinhas para os quartéis.
O General Mascarenhas de Moraes, comandante da FEB, o quinto da
esquerda para direita, com demais generais da FEB, 1944. Reprodução.
Devido à grande alegria e ao clima de festa, ele e vários outros heróis não conseguiram chegar ao local determinado.
Resumindo: muitos foram de bonde, carregando todo o equipamento que estava com eles.
Era o ponto final da epopéia inesquecível dos nossos hoje tão esquecidos pracinhas.
O valoroso navio de passageiros D. Pedro II do Lloyd Brasileiro
também participou do retorno dos expedicionários brasileiros após
o término da Segunda Guerra Mundial. Coleção Wanderley Duck.
Desde o primeiro escalão da FEB, cujo embarque se deu em 2 de julho de 1944, até o último – o quinto – foram enviados 25.334 homens (mais de 300 de Santos e cidades irmãs). Todos sob o comando do general Mascarenhas de Moraes.
Vale lembra que o Brasil foi o único país da América Latina a participar do conflito mundial.
O Brasil entrou na Segunda Guerra Mundial porque a partir de 1941 os navios corsários alemães – vasos de guerra disfarçados de mercantes – começaram a atacar as embarcações brasileiras de carga.
O capitão do Exército Brasileiro, Kepler Alves Borges (87), também
advogado, durante homenagem no Instituto Histórico e Geográfico
do Exécito. Col. do autor.
A agressão alcançou o nível extremo em agosto de 1942, quando, em cinco dias, U-boats (como eram conhecidos os submarinos alemães) torpedearam cinco navios brasileiros, na costa do Sergipe, com a perda de 607 vidas – um número considerável era de soldados do Exército a caminho do Nordeste.
Esta ação levou o Brasil a reconhecer o estado de beligerância com o Eixo – Alemanha, Itália e Japão e, em 31 de agosto, o estado de guerra.
Com isso foram tomadas diversas providências, dentre elas a criação da FEB.
Kepler Alves Borges, com uniforme da FEB e
com as insígnias de sargento - serviu no Quartel
General da FEB em Porreta Terme e Alessandria,
do qual fazia parte o tenente-coronel Castelo
Branco, mais tarde Presidente da República.
Col. do autor.
A participação da Marinha do Brasil e da Força Aérea Brasileira foi heróica e admirável no que tange à escolta de navios e ao patrulhamento da costa brasileira.
Fica aqui uma indagação: por que a Cidade de Santos não tem até hoje um monumento, por mais simples que seja, homenageando as três Forças Armadas, a exemplo de outras nações?
Mas em lugar nobre e não em local distante, como a Praça da FEB, na Zona Noroeste, local onde só passa por ali quem reside na região.
Não vamos esquecer da nossa brilhante participação na Segunda Guerra Mundial – elogiada por militares aliados!