Neste artigo, a coluna Recordar convida os amigos leitores para uma visita a um dos mais célebres navios de passageiros que aportaram em Santos nos anos dourados. Trata-se do navio italiano Conte Grande, que fazia par com o Conte Biancamano.
Cartão-postal do elegante transatlântico italiano Conte Grande,
datado em 12/10/1934, com as cores usadas anteriormente à
Segunda Guerra Mundial e a proa reta (vertical). Col. do autor.
Para isso, peço licença para ligar a máquina do tempo, que nos levará ao distante ano de 1952. Presentes um grande número de apreciadores das maravilhas do mar: Smera, Silvares, Paes, Akio, Leone, Rossini, Fontes, Gerodetti, Lucas, David, Leopoldo, Dufriche, Forte, Giacomelli, Almada, Emerson, Carnero, Lopes, Roque, Lettieri, Pierotti, Viva, Aldair, Vadison, Elmer, Cassilhas, Mariano, Cardoso, Pricoli, Machado e Pedro, entre outros.
Pronto, chegamos ao passado! O belo navio, com o casco branco e as cores da bandeira italiana na chaminé, está atracado no cais do antigo Armazém de Bagagem da concessionária do porto santista, a Companhia Docas de Santos (CDS), na altura do Cais do Armazém 15. A movimentação de passageiros curiosos e de trabalhadores é grande na faixa portuária. No costado está um veículo da conhecida fornecedora de consumo de bordo, Mansueto Pierotti.
O Conte Grande, em pleno Atlântico, com o casco branco e a nova
proa (inclinada), fato que deixou o navio com aspecto moderno - 1951.
Col. João Emilio Gerodetti.
Com as autorizações de visita concedidas pela agência marítima Italmar (Praça da República, 52), agente da Italia di Navigazione (armadora do Conte Grande), nas mãos, as apresentamos ao guarda-mor da Aduana que se encontra no portaló.
Estas autorizações permitem entrar no hall do navio, onde se encontram elegantes passageiros apresentando os bilhetes de embarque aos atenciosos comissários de bordo, que encaminham os hóspedes para as cabines. Dentre eles, estão membros da família Matarazzo.
Hall de entrada da primeira classe. Col. do autor.
O nosso guia de bordo é um veterano comissário nascido na Toscana, de nome Giovanni Bruzzo. Gentilmente, ele nos leva para conhecer as principais dependências de bordo, como o salão de jantar, o salão de festas, o recinto da piscina, a butique, a capela, a sala de leitura e o espaçoso convés externo, o promenade, de onde avistamos – entre outros pontos – a capela no alto do Monte Serrat, monte que é o mirante de Santos.
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O salão de festas finamente decorado de primeira. Col. do autor.
Salão de jantar de primeira classe.