Segunda, 06 Janeiro 2025

Para minha alegria, tenho amigos shiplovers, que contam passagens inesquecíveis ocorridas na época dourada dos transatlânticos e lembranças dos acontecimentos nos portos brasileiros. Cada um com um modo especial e único de contar.

Corria o ano de 2003. Em agradável reunião de shiplovers no apartamento do hoje falecido amigo Roberto Botte (ex-oficial de máquinas do Anna Nery), imóvel situado em frente à Avenida Saldanha da Gama – ou melhor, diante da passarela dos transatlânticos, no estuário de Santos.. Local privilegiado para assistir as entradas e saídas de navios que escalam o porto. Entre os participantes, estavam Antonio Giacomelli, Coaraci e Leonardo Bloomfield. Este último é o protagonista deste artigo.


Na ponte de comando do Vision of the Seas, a convite do comandante,
Leonardo Hanriot Bloomfiel na companhia de sua filha Anneliser

Leonardo, que em 2011 completa 79 anos de idade, reside na bela Petrópolis, no Estado do Rio de Janeiro, e trabalhou na assessoria da hoje extinta Rede Ferroviária Federal, até a aposentadoria. Desde a adolescência, mantém intensa ligação com os transatlânticos de todas as bandeiras. Sempre que possível, ele ia ao cais para ver as  maravilhosas embarcações, que estão entre as paixões da vida desse admirador de navios.

Como apreciamos os navios, verdadeiros deuses dos mares, eu e ele trocamos e-mails com informações sobre os transatlânticos e, naturalmente, relatos de viagens marítimas.


Postal do transatlâtico britânico Alcantara (1927-1958), deixando o Rio
de Janeiro. Era um dos incontáveis navios de carreira na adolescência de Leonardo Bloomfield. Col. do autor.

Assim, na  última quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011, recebi mais um de seus e-mails, como sempre, repleto de pura nostalgia. Por esse motivo, peço licença ao caro Leonardo para repassar aos leitores o texto repleto de lembranças.

Peço ao leitor que clique aqui e saboreie as palavras do meu amigo Leonardo, que se refere à Cidade Maravilhosa e ao Porto do Rio de Janeiro.


Bloomfield ficava encantado quando ia pela Rua Visconde de Inhaúma,
olhava da Av. Rio Branco em direção à Praça Mauá e via a proa de um transatlântico atracado. Postal da conhecida Praça Mauá. Atracado,
vemos um dos gêmeos italianos Giulio Cesare/Augustos. Final da década
de 1960. Coleção do autor.

Em abril de 2010, Leonardo, na companhia de sua filha, fez uma maravilhosa travessia do Atlântico rumo ao Velho Continente e, ficou encantado com a viagem.

Tanto que fez grandes elogios ao navio e sua tripulação. Foi convidado a visitar a ponte de comando. Isso demonstra que ele conseguiu harmonizar as duas épocas distintas dos transatlânticos.


Os navios brasileiros da época de Bloomfield eram antigos e pareciam
enormes, quando na realidade tinham aproximadamente 6.000 toneladas. Cartão-postal do Lloyd Nacional, representando os navios da classe
"ARAs": Araraquara, Aratimbó, Araçatuba, etc. Col. do autor.

Eu e outros shiplovers – que viveram os tempos românticos e áureos dos navios de passageiros e agora vivenciam esse novo ciclo de cruzeiros marítimos na costa brasileira – somos privilegiados.

A quem não conheceu os tempos românticos dos transatlânticos, há a oportunidade de viajar em um navio de passageiros e se encantar com o maravilhoso ambiente proporcionado por esses divinos reis dos mares!


Leonardo jamais imaginara que um dia viajaria para Buenos Aires
no belo Rotterdam, com o nome de Rembrandt. Foto: Smera. 1998.


Assim era o Rotterdam, que Bloomfield viu atracado junto ao Touring
Club, no seu cruzeiro inaugural, com o casco cinza e superestrutura
branca, no final da década de 1950. Reprodução.


Vista aérea de vários transatlânticos atracados simultâneamente
no Porto do Rio de Janeiro. Foto recente enviada por Wanderley Duck.

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