Segunda, 06 Janeiro 2025
Santos comemorou mais um aniversário em 26 de janeiro. Para celebrar esta importante data para a Cidade, vamos recordar, em passant, situações do porto santista, que faz parte das origens do Brasil, pois a colonização do País começou por aqui.


Cartão-postal do Centro da Cidade, fotografado do alto do Monte
Serrat por volta de 1925. Nessa imagem, ainda não existia a
Prefeitura de Santos na Praça Mauá. Acervo do autor.

Como dizia o inesquecível poeta santista Narciso de Andrade, “o Porto de Santos é um grande repositório de incontáveis acontecimentos”. É verdade. Temos de concordar plenamente. Tanto que vamos recordar fatos desconhecidos da grande maioria das pessoas.

Durante a ampliação do cais, no início do século XX, foi empregada mão de obra estrangeira para construir o novo Porto. Após concluídas as obras de expansão, a Companhia Docas de Santos (CDS) chegou a contratar vários imigrantes em definitivo. A população de imigrantes da Cidade em 1913 alcançava o impressionante número de 39 mil, representando 44% dos habitantes.


Blocos de pedras oriúndos da Pedreira do Jabaquara, utilizados na construção do cais. Início do século XX. Acervo do autor.

Já em 1925, Santos contava com uma população de 110 mil habitantes e a economia local girava em torno das atividades portuárias. Naquele ano, a entrada e saída de navios chegou a 2.320. Vale dizer que naquela época era grande a movimentação de cabotagem, a navegação costeira.

A nossa marinha mercante dispunha de duas grandes empresas de navegação na cabotagem. A mais antiga era a Companhia de Navegação Costeira (CNNC), de 1891, ou simplesmente Costeira, como era conhecida nos meios marítimos e portuários. Dedicava-se ao transporte de passageiros e cargas entre os principais portos do País. Os seus navios recebiam o prefixo Ita: Itaité, Itaimbé, Itassuce e Itanagé, entre outros.


Um dos Itas da Companhia Nacional de Navegação Costeira (CNNC),
utilizado na navegação de cabotagem. Acervo do Comandante Carlos Dufriche. Década de 1920.

A segunda companhia em importância era a sociedade anônima Lloyd Nacional, de 1917. Os seus principais navios eram o Araranguá, o Araraquara e o Aratimbó. Eles deslocavam 4.900 toneladas e tinham capacidade para transportar 120 passageiros.

As duas armadoras dividiam o tráfego marítimo costeiro com a maior empresa nacional de navegação, o Lloyd Brasileiro.

No distante ano de 1925, o estaleiro britânico Harland & Wolff, de Belfast, lançava ao mar o transatlântico Asturias, encomendado pela Royal Mail Line (Mala Real Inglesa). Nos anos seguintes, o Asturias seria um intenso frequentador do Porto de Santos.


Cartão-postal do Lloyd Nacional (não confundir com Lloyd Brasileiro), representando os "ARAS" - Araranguá, Araraquara, Araçatuba e
Aratimbó. Transportavam passageiros e cargas pelos portos do País.

O Asturias e o seu futuro irmão gêmeo, o Alcantara – que apenas chegaria em 1927 – vieram em substituição a navios mais antigos, como o Andes, o Arlanza, o Avon e o Almanzora, construídos antes da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). A Royal Mail fazia grande publicidade em torno do conforto e capacidade técnica dos seus navios de passageiros.

A estimativa do número de transatlânticos que escalaram Santos no século passado é em torno de 1.500. Hoje, a Cidade conta com o moderno Terminal Marítimo de Passageiros Giusfredo Santini (Concais), referência nacional na recepção de turistas de todo o Brasil.


O Asturias, segundo navio da Mala Real Inglesa a usar esse nome, foi lançado em 1925. Media 199,8 metros de comprimento. Por anos,
foi um frequentador do Porto de Santos. Foi demolido em 1957. Acervo: João Emilio Gerodetti.

Finalizando, maravilhosa Santos, parabéns pelas 465 velinhas (*) do seu enorme bolo de aniversário, que você apagou neste 26 de janeiro! Você continua jovem e linda como sempre!

(*) A propósito do aniversário de Santos, a data 26 de janeiro se refere ao dia em que foi assinada lei que promoveu Santos de vila a cidade, em 1839. Quanto a comemorar 465 anos, a referência é 1546, que se considera como o ano em que Brás Cubas elevou o povoado à condição de vila. Há pesquisadores que citam o ano de 1543, possivelmente por ser o da instalação da Casa de Misericórdia de Todos os Santos.


O Arlanza, um dos antigos navios da classe "A" (Avon, Almanzora,
Aragon, etc) atracado no antigo armazém de Bagagem do Porto de
Santos, por volta de 1920. Acervo do autor.


A rainha das praças de Santos, a Mauá, na primeira década do
século XX. Acervo do autor.

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