Sem sombras de dúvidas, o livro “Naufrágios do Brasil – Uma Cultura Submersa”, de autoria do consagrado jornalista José Carlos Silvares, autor da magistral obra “Príncipe de Astúrias” (lançado em 2006), trata-se do que há de melhor sobre o tema.
A bonita capa do livro “Naufrágios do Brasil – Uma
Cultura Submersa”
Conheço Silvares há vários longos anos, desde que era o editor da seção Porto & Mar do jornal A Tribuna de Santos. Por isso, posso dizer que quando se trata de artigos e livros, Silvares é perfeccionista ao extremo, ou seja, pesquisa tudo detalhadamente, para que o resultado final seja o esmero.
Li o livro e vou tomar a liberdade de reproduzir aqui a introdução, que explica tudo o que há nas páginas desta bela obra:
O jornalista José Carlos Silvares, durante lançamento do livro
em Recife, capital de Pernambuco, na Livraria Cultura
“As histórias relatadas no livro revelam fatos históricos que marcam um período importante da navegação costeira no Brasil. Embora em todo o litoral brasileiro haja mais de 20.000 naufrágios de todos os tipos ocorridos desde a época do descobrimento, destacamos aqui 35 dos mais expressivos. Estes são uma referência, tanto no aspecto da arqueologia subaquática, como no ângulo das belas cenas que proporcionam aos que neles têm a oportunidade de mergulhar em meio a cardumes e aos seres que os habitam em segurança.
“A importância histórica, o estímulo ao mergulho e a representatividade de uma época, portanto, foram fatores definitivos para a escolha dos naufrágios. Obviamente que não foi uma decisão fácil. Muitos ficaram de fora, embora estivessem classificados nos critérios adotados. Os que figuram nestas páginas são o resultado prático de tudo isso.
Reprodução do convite para o lançamento em Santos, dia 13 de
janeiro, às 19h30, na Pinacoteca Benedicto Calixto, onde estaremos.
Clique na imagem para ver o convite em tamanho ampliado.
“Há um conjunto impressionante de fatos que se abrem em torno destas histórias. Vão desde uma batalha naval de fogo cruzado entre galeões em 1648, incluem formas diversas de encalhe, de colisão e de explosão lembram a ação criminosa dos torpedos contra alvos humanos. Envolvem perdas de vidas, de sonhos e de esperanças irrealizados. A maioria tem o sabor salgado do mar e das lágrimas. Outras têm a força do descomunal, marcada como cicatrizes nos sobreviventes.
“Foram anos de trabalho reunindo informações em bibliotecas, em arquivos pessoais, em publicações diversas e em pesquisas no Brasil e no exterior. Cada capítulo contém ainda informações expandidas, que revelam fatos de outros navios ou submarinos, atores ou protagonistas de um mesmo episódio, o que eleva para mais de 50 o número de embarcações pesquisadas.
“Não será demais dizer que se trata da primeira obra literária brasileira sobre o tema com tal abrangência, com o rigor do jornalismo investigativo, e reveladora de fatos reais que justificam sua publicação, para que estejam ao alcance de todos”.
O navio brasileiro “Bagé”, um dos retratados no livro
As páginas do livro têm ainda fotografias subaquáticas dos navios naufragados em seu estágio atual, feitas pelo fotógrafo Fernando Clark. A editora do livro é a CulturaSub, que se especializou em temas relativos ao mar e à sustentabilidade.
Os sinceros parabéns da coluna Recordar ao autor pelo seu interessante trabalho e pela publicação de uma obra oportuna e de grande valia para os apreciadores e pesquisadores de assuntos do mar.
Finalizando, digo com certeza: quem desejar saber sobre naufrágios na costa brasileira, antes tem que consultar o Silvares.
O navio italiano “Principessa Mafalda”, que afundou perto de
Abrolhos e também está no livro
O “Aquidabã”, da Marinha do Brasil, afundado em Angra dos Reis
O transatlântico espanhol “Principe de Asturias”, tema
do primeiro livro de Silvares.