Um trecho de um texto de uma revista de assuntos portuários do distante ano de 1956 continha as seguintes palavras:
“É natural. O trabalho não para. O Porto de Santos exportando nossas riquezas cada vez mais pelo mundo afora.”
O Porto de Santos desde os tempos do trapiches é pujante. Foto de
pintura óleo sobre tela de Benedito Calixto. Coleção do autor.
“É constante testemunha da eficiência do nosso parque industrial e da nossa agricultura.”
“A Revista Docas de Santos divulga com orgulho para todo o Brasil a grandeza do nosso maior porto, por onde entram e saem mercadorias importadas e exportadas para o mundo inteiro.”
No longínquo 1956 a movimentação de cargas no Porto de Santos foi de 13 milhões de toneladas.
Cartão-postal Colombo, mostrando embarque de sacas de café em
cargueiro com destino ao mercado europeu. Col. do autor.
No recém-findo 2010, o movimento fechou com 96 milhões de toneladas – e deverá superar a histórica marca de 100 milhões de toneladas ao final de 2011, conforme projeções da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), empresa do Governo Federal que administra o complexo portuário santista.
Para 2024, a expectativa é que a movimentação seja de 230 milhões de toneladas, número que impressiona e necessariamente exigirá soluções logísticas que deverão ser implementadas nos planos de expansão do Porto de Santos.
O legendário guindaste flutuante Sansão
(capacidade de 150 toneladas) da Cia. Docas de
Santos, descarregando de uma locomotiva de
um navio da armadora norte-americana
Moore-McCormack. Col. do autor.
Vale lembrar que o Porto de Santos – responsável por 25% de mercadorias que entram e saem do País – recentemente recebeu a Declaração de Cumprimento, documento que certifica o cais santista como seguro e dentro das exigências internacionais do ISPS Code, Código Internacional de Segurança Para Navios e Portos. O que é justo ao maior porto da América do Sul.
Voltando ao ano de 1956. O Porto de Santos era servido pelas principais companhias de navegação do mundo, como IFC Lines, Johnson Line, Compagnie Maritime des Chargeurs Reunis, Ivaran Lines, Delta Line, Cia. Argentina de Navegación Dodero, Moore-McCormack Line, Royal Mail Line e, naturalmente, pela maior companhia de navegação nacional, o Lloyd Brasileiro.
Essas e outras empresas permitiam incontáveis escalas de navios de todas as nacionalidades.
Grupo de práticos do Porto de Santos, dentre os quais Teóphilo Quirino,
Gerson da Costa Fonseca, Waldir, Celso, Felipe, Frederico Bento, Edio
Portugal Marinho e Fábio Melo Fontes. Nem todos eram práticos em 1956.
Col. do autor.
A intensa movimentação de cargas em Santos era motivada principalmente pela exportação de café, produto então muito importante, na pauta de exportações brasileira.
A Cidade dependia economicamente da Companhia Docas de Santos – que empregava milhares de funcionários e trabalhadores – e do complexo portuário, que também mobilizava milhares de pessoas, em agências de navegação, exportadoras de café, bancos nacionais e internacionais, seguradoras, fornecedoras de navios, despachos aduaneiros, transportadoras, serviços de reboque marítimo, praticagem e trens das estradas de ferro Santos-Jundiaí e Sorocabana, além de uma grande gama de prestadoras de serviços.
O cargueiro Nopal Star, gêmeo do Nopal Progress, utilizado na linha
dos Estados Unidos. Era reporesentado pela Agência de Vapores Grieg.
Foto: José Carlos Rossini.
O Porto de Santos, desde os tempos dos trapiches até os dias de hoje, sempre foi pujante. E deverá continuar com a pujança, em vista de horizontes que apontam um futuro de desenvolvimento.
Pois, com um novo ciclo de expansão portuária e com as perspectivas de exploração de petróleo e gás na Bacia de Santos, as perspectivas são das mais promissoras para o porto!
Para iniciar 2011, ano que promete grandes realizações, salute para o Porto de Santos e para os demais portos do Brasil!
Bandeiras das armadoras representadas em Santos pela Agência
Johnson Ltda. Acervo do autor.
Anúncio da Agência de Vapores Grieg S/A, que, além da Nopal Line, representava a armadora Ivaran Line, cujos navios foram famosos
nos portos brasileiros.
Embarque de café nos ombros de trabalhadores em 1906, o que mostra
que o café foi o grande responsável pelo desenvolvimento do Porto de
Santos. O navio em tela é o germânico Prinz Sigismund. Col. do autor.
Como curiosidde, uma foto da Orla de Santos,
com bonde e prédios surgindo nas avenidas da
praia. Col. do autor.