O Porto de Santos é o mais antigo porto organizado do Brasil. Na histórica data de 2 de fevereiro de 1892 atracava em seu pioneiro trecho de cais de pedra o vapor Nasmyth, da armadora britânica Lamport & Holt, para operações de carga e descarga. Com o passar das décadas, Santos se tornou também o maior porto do País.
Monumento Gafrée e Guinle, dos fundadores do Porto de Santos,
que fica na Praça Barão do Rio Branco. Cartão-postal datado em 1929.
Coleção do autor.
A construção do porto foi resultado do esforço da iniciativa privada, mais especificamente da Companhia Docas de Santos (CDS), que deixou marcas inesquecíveis na história da Cidade e da região. Um grupo de empresários se uniu e conseguiu realizar a obra que a Província de São Paulo não conseguiu leva a bom termo.
Pintura de Benedito Calixto, retratando o Porto de Santos no
século XIX, com suas pontes de madeira para atracação dos navios
e seus trapiches. Col. do autor.
Aquele grupo investiu – na grande empreitada – toda a sua fortuna para construir um porto que muitos julgavam inviável, não apenas devido às condições desaforáveis do terreno, mas também em vista das condições sanitárias, consideradas as piores do Brasil. O empreendimento foi inteiramente nacional, tal como a engenharia e a administração.
A pedreira do Morro do Jabaquara (atrás da Santa casa), que
forneceu os blocos para a construção do cais de pedra de Santos.
Havia uma linha férrea para levar os blocos para o cais - 1903.
Col. do autor.
A construção do porto organizado foi um exemplo da capacidade brasileira, da coragem e sobretudo da fé no futuro do Brasil. O resultado foi um porto líder, pioneiro e detentor de marcas e recordes históricos. É hoje o principal porto brasileiro e o que mais movimenta contêineres na América do Sul (2,8 milhões de TEUs – unidades de contêiner de 20 pés) , além de numerosos terminais que movimentam todos os tipos de carga. Tem uma área de 7,7 milhões de metros quadrados em duas margens do estuário, uma no lado de Santos e outra no do Guarujá. Em 2009, o complexo portuário santista movimentou 93,2 milhões de toneladas de cargas, que em valor representam 25% das mercadorias que entram e saem do País.
A cábrea Titan içando um dos blocos de pedra para assentamento do
cais - 1902. Acervo do autor.
De 1890 até 1980 o complexo portuário foi administrado pela Companhia Docas de Santos. Desde 8 de novembro de 1980, é administrado pela Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), empresa do Governo Federal vinculada à Secretaria Especial de Portos (SEP) da Presidência da República.
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Cartão-postal de 1902, mostrando a parte do cais que estava sendo aterrada. Na imagem, é vista a Igreja Coração de Jesus (demolida),
que ficava na Rua da Constituição, próxima ao Colégio Santista,
bem com o gasômetro e as torres de eletrificação da Companhia
Docas de Santos. Col. do autor.
As exportações do ouro verde, o café foi preponderante para o
surgimento do cais santista. Col. Wanderley Duck.
Cartão-postal de 1907, mostrando o escritório do tráfego da
Companhia Docas, o centro de operações do porto. Col do autor.
Vista da Cidade de Santos com seu porto por volta de 1964. O local
onde estão os armazéns externos foi totalmente aterrado. Cartão-
postal Colombo. Acervo do autor.
O Porto e a Cidade em 1995. Foto: Reprodução.