Para falar e escrever sobre a capital do estado de São Paulo, a Cidade de São Paulo, que no próximo 25 de janeiro estará comemorando 456 anos da sua fundação, não tenho ideia por onde começar, pois São Paulo é tudo que se pode esperar de uma megalópole.
O brasão oficial da Cidade de São
Paulo, com o lema em latim NON
DUCOR DUCOR, que em português
significa ’’Não sou conduzido, conduzo’’.
É a sexta maior do mundo e a décima mais rica, possui o que há de melhor em entretenimento, a maior frota de helicópteros do planeta, e a terceira em número de táxis, 6 milhões de automóveis particulares, 15 mil ônibus, inúmeros hospitais de renome internacional e universidades famosas, hotéis de primeira grandeza, 12 mil restaurantes, 15 mil bares, centenas de lojas de grife, 280 cinemas, 120 teatros, 30 centros culturais, sua região metropolitana tem mais de 19 milhões de habitantes, uma área 1.522.896 quilômetros quadrados, linhas de metrô, servida pelos aeroportos de Congonhas, Cumbica, Marte e Viracopos, sede de grandes times de futebol, matriz dos maiores bancos. Indústrias, lojas e tudo mais que merece. Assim vou escrever o que for despontando na memória.
Como exemplo a Cidade de São Paulo tem uma cultura heterogênea, resultado dos povos de diversas nacionalidades que emigraram para o Brasil. Atualmente é a maior cidade com a maior população de origem italiana (diariamente são consumidas mais de um milhão de pizzas), japonesa, espanhola, libanesa fora de seus países. Mais de três milhões de paulistanos são de origem portuguesa. Esses imigrantes em São Paulo têm números superiores ao de muitas das cidades dos seus países de origem. Tem também a maior população de nordestinos fora do Nordeste.
O Pátio do Colégio, local onde nasceu a Cidade de São Paulo em 1554. Cartão-postal de 1946. Acervo: L.J. Giraud.
Segundo o IBGE, a sua população heterogênea é composta de: brancos 68%, pardos 25%, negros 5,14%, amarelos 2%, indígenas 0,2%.
Como disse, fica difícil ressaltar as qualidades de São Paulo, onde tudo é mega. Isso provavelmente devido ao lema presente no seu brasão oficial, que diz o seguinte: “Non Ducor, Duco”, cujo significado em português é “Não sou conduzido, Conduzo”. Como se pode notar, São Paulo é uma cidade teimosa por excelência.
O famoso Edifício Martinelli, que já foi
a maior edificação da Cidade, em 1930.
Acervo: L.J. Giraud.
Claro que no grande contexto de qualidades, há também o seu lado negativo como pobreza, trânsito caótico, enchentes, poluição, criminalidade, ou seja, os problemas mundiais das grandes cidades. Mesmo com todas essas mazelas ela continua viva e dinâmica e amada por seus habitantes.
Vale lembrar que a povoação de São Paulo de Piratininga teve início em 25 de janeiro de 1554, com a construção de um colégio jesuíta por doze padres, entre eles Manuel da Nóbrega e José de Anchieta, no alto de uma colina.
O Parque do Anhangabaú, por volta de
1958. Vendo-se o edifício do Banco do
Estado de São Paulo. Acervo: L.J. Giraud.
A cidade recebeu esse nome, em razão de no dia 25 de janeiro a Santa Igreja celebrar a conversão do Grande Apóstolo Paulo, tornando-se São Paulo, e dando assim o nome da cidade.
Todas essas coisas fantásticas de São Paulo são resultado da determinação de sua gente que ao longo dos seus 456 anos, construiu essa coisa espetacular que é São Paulo.
Imagem da Avenida São João, que foi a mais famosa da capital
paulista até a década de 1960. O cartão-postal é rico em detalhes mostrando uma cena de 1945. Aceervo: L.J. Giraud.
Tenho muitas lembranças da capital paulista, que vem da minha infância até onde me encontro, na terceira idade.
Dentre essas lembranças de menino (década de 1950) dou destaque para os bondes camarão que tinham esse nome devido a predominância da cor vermelha em sua pintura, o famoso Viaduto do Chá, o Edifício Martinelli, o Estádio do Pacaembu, a Av. São João (a mais famosa), do Mappin, da Casa São Nicolau, dos seus luxuosos cinemas onde os homens só entravam de paletó e gravata, caso do Cine Marajoara, o requinte das lojas da Rua Barão de Itapetininga. Já na juventude anos 60, a coqueluche era frequentar a Rua Augusta, onde havia tudo de bom como lanchonetes, moças bonitas, excelentes lojas. Como se pode notar é difícil escrever sobre São Paulo, pelo grande leque que se apresenta de recordações.
Uma tarde típica da trepidante Rua Direita
próximo à Praça da Sé, em 1952.
Acervo: Melhoramentos.
Também, não sei dizer quantas vezes subi a Serra do Mar para ir a São Paulo, tanto a serviço como a passeio, acredito que deva estar perto de mil. Sempre com muito prazer. Vale ressaltar que minha primeira ida à grande cidade foi em 1950, quando na companhia de meus pais fomos ao velho Studbaker, para uma festa de aniversário.
Acredito que o acontecimento mais marcante de São Paulo foi a celebração do IV Centenário da cidade em 1954, que está imortalizado no hino do Quarto Centenário, tocado pelo acordeom do inigualável Mario Zan. Quem não conhece o Hino?
Praça Ramos de Azevedo e Vale do Anhangabaú,
gramado e palmeiras emolduram com a sua
placidez. Acervo: Melhoramentos.
Neste artigo vou deixar de contar muitos fatos ocorridas em São Paulo como a Semana de Arte Moderna (1922). Seus ilustres personagens através dos séculos, as grandes avenidas. Praças e parques, pois todos sabem muito sobre a Paulicéia.
Para homenagear o aniversário da Cidade de São Paulo, que já está em festa, a coluna Recordar do PortoGente exibe antigos e raros cartões-postais que mostram pontos pitorescos da pujante e ativa São Paulo de todos os tempos.
O conhecido Viaduto do Chá, em 1950, mostrando o dinamismo
da maior Cidade da América do Sul. Acervo: L. J. Giraud.
Parabéns e um grande abraço São Paulo pelas 456 velinhas que você apagará no próximo dia 25.
Salute para São Paulo!
Desfile de estudantes durante festividade no Estádio Municipal do Pacaembú. Na imagem é vista a famosa concha acústica e residências. Década de 1940. Acervo: L. J. Giraud.
Foto noturna e atual da mais famosa avenida
de São Paulo, a Paulista. Reprodução.