Terça, 07 Janeiro 2025

A cor branca é sempre a preferida pela maioria, para celebrar a virada de ano, ou o réveillon, num termo mais conservador. A preferência pelo branco deve-se ao fato de significar pureza, ordem, simplicidade, harmonia, mudança, além de estimular os sentidos e realçar a beleza interior e exterior das pessoas.


A queima de fogos na virada de ano é um show à parte. Feliz Ano Novo!

Assim, Ano Novo é um novo começo, uma oportunidade para modificarmos o que não nos agradou, e de conservarmos o que já possuímos.

Como nos anos anteriores a Recordar do PortoGente, vai se utilizar de navios pintados de branco, de um passado distante e recente. Como já disse, a cor branca significa mudança. E com certeza as mudanças são sempre para melhor.

Os transatlânticos aqui exibidos foram mundialmente conhecidos, e outros ainda continuam em plena atividade, no encantado mundo dos cruzeiros marítimos.


O transatlântico alemão Aida Luna, com expressões de muito amor,
neste artigo simboliza os votos de um Feliz Ano Novo. Enviado por
Dimas Almada, de Funchal - Madeira.

O destaque fica para o Anna Nery, que pertenceu a Cia. Costeira de Navegação, passando posteriormente para o patrimônio do Lloyd Brasileiro. Esse navio navegou através de cinco décadas, e mudou de nome algumas vezes. Seu último nome foi Salamis Glory, registrado na Ilha de Chipre. Seus cruzeiros eram realizados nas ilhas gregas.

O Anna Nery fazia parte do quarteto “Cisnes Brancos”; os outros eram: Rosa da Fonseca, Princesa Isabel e Princesa Leopoldina. Todos foram vendidos por serem deficitários no Brasil. Entretanto, em outras nações foram o maior sucesso e deram bons lucros às suas armadoras. Uma situação difícil de se entender, pois perdemos ali uma grande chance de fincarmos os pés como um País armador de cruzeiros marítimos.


Este belo navio de cruzeiro da P & O, com sua alvura, significa
sorte e energia para o Novo Ano. Acervo: Dimas Almada.

Recentemente o Anna Nery, depois de uma longa e honrosa folha de serviço, foi desativado e vendido aos estaleiros sucateiros de transatlânticos em Alang, na Índia. Lá ele será desmanchado, e seu aço de ótima qualidade será revitalizado e utilizado em outras construções. Oxalá venha fazer parte de um novo e esplendoroso navio de cruzeiro, e navegue por outras cinco décadas.

Aproveito esta oportunidade para convidar os leitores a que leiam no Jornal da Orla, do último final de semana (26 e 27 de janeiro), a matéria produzida pelo jornalista José Carlos Silvares, sobre esse o belo Anna Nery. Vale a pena conferir.

Para entrarmos no Ano Novo, com o pé direito, vamos recordar uma viagem feita por Roman Slade (editor da Revista Docas), em 1968, a bordo do Princesa Isabel, em 1968.


A imagem do cisne branco Princesa Leopoldina, passando pelo
Pão de Açúcar, tem o significado de Paz e Amor. Acervo: L.J. Giraud.

A viagem 
“Uma sexta-feira, decidi rever o Rio de Janeiro com suas belezas naturais, com suas praias ensolaradas e tantas e tantas belezas.

Viagem de carro cansativa, viagem de ônibus talvez, mas a gente tem que ficar quieto e sentadinho todo o tempo, e depois? Resta o trem, mas de dia é também cansativo e de noite não se vê nada. E o barulho das rodas?

Escolhi o Princesa Isabel. Escolhi bem. Embarquei às 19 horas. Já a bordo, na entrada, uma bonita e simpática loira recepcionista (nomes não quero citar nomes) me cumprimenta e deseja-me boas vindas.


O cisne branco Rosa da Fonseca, entrando no Porto de Nova York
nos anos 70, siginfica prosperidade e grandeza. Acervo: Edson Lucas.

 
Depois, na recepção, meu nome já anotado na chave da cabine, outra moça me conduz, e o maitre já me entrega o número da minha mesa para o jantar e o café da manhã. Número 33 (bom número de sorte, quem sabe?).

Após alguns minutos, já saíamos e todos vemos os cais das Docas de Santos cada vez mais se distanciando noite adentro. As luzes da querida Cidade de Santos. O navio oferece todo o conforto ao passageiro.

Atenção de todo o pessoal é simplesmente cativante, parece-me que não sou marinheiro de primeira viagem, pois viajei em minha longa vida quase todo o mundo. Encontrei nesta curta aventura recordações das minhas andanças de porto em porto, tanto na Europa como na América do Norte.


O casco branco do Salamis Glory, nosso ex-Anna Nery, como o
próprio nome diz, representa a Glória da conquista de um Novo Ano venturoso. Acervo: José Carlos Silvares.

Hora do Jantar. Comida de primeira, serviço requintado e atenção do Sr. Papa, maitre a abordo (único nome que cito, pois esse gordinho sabe fazer amizade com tolo mundo), é primoroso, não é em nada pior do que no Queen Mary, o de Mr. Henry, famoso, e Mr. John fazia um ao outro concorrência em atenção aos passageiros.

À noite, depois do jantar, um pequeno passeio a bordo, olhando a lua e o mar calmo, as ondas que se arem calmamente perante o colosso que nos traz ao Rio direitinho e firme.

Chegando à minha cabine, encontrei o leito limpinho e convidativo a um sono tranqüilo.


A figura do Costa  Classica, passando pela Ponta da Praia no Verão
de 2003, sinifica a harmonia e descontração de 2010.
Foto: Tadeu Nascimento.

Pela manhã, depois do café, chegamos, às 08 horas, ao Rio cheio de sol, cheio de alegria e cheio de promessas para um bom fim de semana. Gostei da viagem. Recomendo-a todos que querem entre uma corrida atrás de negócios e outras atrás de divertimentos, pois a maioria dos mesmos vão mal descansar... e, portanto, viajar somente, de navio do Lloyd, entre Santos e o Rio e Rio e Santos.”

*  *  *

Recordar é Viver – Alguns ditos populares são repletos de sabedoria, como o conhecido “recordar é viver”, cuja veracidade apenas constatamos quando estamos amadurecidos.

Foi o que aconteceu comigo ao encontrar esse texto da Revista das Docas de Santos. Lembrando a viagem que fiz no Princesa Isabel e no Princesa Leopoldina, semelhante a relatada por Roman Slade, mas, da minha parte, com um pouco mais de animação, própria da juventude, eu estava com 23 anos de idade. Estávamos na época da Tropicália, e das cores chamativas, e o termo que usávamos para indicar tudo que considerássemos interessante era “psicodélico”. Exemplo: “Nossa, que dona psicodélica”. Era um indicativo das boas qualidades da moça.


A bordo do querido Funchal, o casal amigo Julio Augusto Rocha Paes, durante o Reveillon de 1996. O Recordar através de Julio Paes, envia
a todos amigos, os sinceros votos de Feliz Ano Novo.

Reitero a pergunta feita aos atrás pelo amigo Julio A. Rocha Paes. Será que algum dia teremos transatlânticos de cruzeiros brasileiros, como foram os nossos inesquecíveis Cisnes Brancos?

Para os leitores amigos e colaboradores, um Ano Novo Cheio de Boas Novas! Saúde, Felicidades, Fé, Luz, Paz, Esperança, Amor, Prosperidade e que a Mega Sena da Virada saia para todos.

FELIZ 2010!

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