Sábado, 23 Novembro 2024

Quando o arquiteto fala em construir espaços, normalmente está projetando no campo físico, em ambientes fechados ou abertos, novas formas de organizar os objetos. Estes objetos podem ser móveis, divisórias, peças decorativas ou também equipamentos urbanos, vias públicas, praças e cidades.

 

A combinação de desenho e construção com os recursos disponíveis em trabalho, técnicas e materiais, visando um resultado harmonioso e funcional, caracteriza o espaço da arquitetura. Criar espaço, no entanto, pode ser uma atitude que extrapola o projeto arquitetônico. A forma conceitual do mundo corpóreo ocorre no ar, na terra e na água.

 

Na água, aqui no estuário do Porto de Santos, a profundidade do canal e dos berços de atracação (que são espaços) vem diminuindo sistematicamente. Aqueles desejáveis 14 metros estão reduzidos a 12, 11 e até 9 metros em alguns berços. A dragagem monitorada pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do Governo do Estado de São Paulo (Cetesb) limitou o volume de retirada do substrato em 300 mil metros cúbicos por mês. Segundo dados da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) seria necessária a dragagem mensal de mais de 400 mil metros cúbicos. O relatório ambiental da dragagem foi entregue à Cetesb, no mês de março, solicitando uma ampliação do volume, mas ainda não houve resposta.

 

O universo todo além do invólucro atmosférico da Terra, o quase vácuo em que existem o Sistema Solar, as estrelas e as galáxias caracterizam-se como o dinâmico espaço astronômico. Aliás, lembra daqueles nove planetas do Sistema Solar que a simpática professora de geografia pediu para você decorar os nomes? Pode esquecer do último – o nono planeta – Plutão perdeu o “status” de planeta do Sistema na última 5ª feira (24 de agosto) com a resolução da União Astronômica Internacional. 

 

No planeta Terra e na sua superfície, em todos os períodos históricos, a arte da construção de edifícios tem sido uma das mais significativas expressões da cultura que a produziu. Assim, por exemplo, as pirâmides egípcias como túmulos reais, traduzem a visão de mundo do povo que as construiu. Revelam a esperança de uma vida eterna após a morte nos duradouros edifícios de pedra. A suntuosidade do palácio real persa na antiga capital (Persépolis) com os impressionantes vestíbulos em colunas foi construída para demonstrar o poder e a majestade dos reis.

 

No limiar da era cristã, os romanos ergueram monumentos como o Coliseu de Roma, um dos maiores estádios já construídos. A força dominadora do Império Romano governava as atividades administrativas, comerciais e culturais. Em forma oval e com um perímetro de 524 m e 80 degraus, o “Colosseum” podia conter 90 mil espectadores. Era usado para combates de gladiadores, feras e espetáculos similares. A obra, terminada no ano 80 da nossa era, permaneceu praticamente intacta por 800 anos. Entretanto, na Idade Média, parte de seu material foi retirada para utilização em novos edifícios romanos. As ruínas subsistem até hoje.

 

Entramos, outra vez, na questão da equivalência dos valores nos atos de construir ou destruir. Compartilho com Sócrates, “construir agrada mais o meu coração”. Ficam para a próxima semana outras considerações sobre a arte da construção de espaços no espaço.
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