Você achou engraçada aquela observação da semana passada sobre as bananas serem vendidas embrulhadas na Alemanha? Ainda hoje, o hábito do empacotamento ocorre. Mais ainda, no Japão, onde alguns estabelecimentos comerciais embalam cada fruta individualmente. E o conjunto de bananas escolhidas entra em outra embalagem (geralmente uma sacola plástica).
Foto: www.acessa.com
O pacote (ou o embrulho) no Japão ocupa posição cultural. A apresentação, às vezes, é mais importante que o conteúdo. Quanto mais embalagem, mais educação e formalidade.
Shinji Shimamura (da Associação de Franquias do Japão, que representa cerca de 125 cadeias de franquias no país) declara que “o embrulho é uma parte do produto. Não podemos entregar um lanche ou um sorvete aos consumidores sem uma sacola. Isso seria anti-higiênico e muito grosseiro”.
O negócio da embalagem, tipos de materiais e tecnologias existentes, sistemas de abertura e fechamento, além das funções psicológicas e mercadológicas são temas que vem sendo estudados pelos profissionais do “design”.
O papel da embalagem na sociedade e especialmente no meio ambiente é um capítulo à parte, que em breve abordaremos. Hoje, porém, queremos ampliar este conceito de que o embrulho faz parte do produto para o ser humano e também para o espaço urbano.
A 21ª temporada de um dos mais importantes eventos de moda do país - Edição de Verão 2007 do São Paulo Fashion Week – nos chamou atenção para o tema que estamos relacionando. A maioria das 48 marcas apresentaram suas coleções de verão no período de 12 a 18 de julho, no pavilhão da Bienal (município de São Paulo). Alguns desfiles ocorreram em espaços abertos como a mostra da Ellus no bosque do Parque Ibirapuera ou a apresentação da Cavalera no autódromo de Interlagos.
Em todos os casos, a embalagem (roupas e acessórios) estava intrincada com o conteúdo (pessoa) e bem integrada com o espaço. Por diversas vezes, tudo ficou emaranhado, caracterizando o produto.
A 3ª edição do Projeto “Caros Amigos de Santos” – Maratona Cultural no Centro Histórico – nos levou a enxergar a revitalização urbana como a embalagem intrínseca ao produto. Uma centena de atrações livre e gratuita foi realizada em locais como a praça Mauá, rua XV de Novembro, Estação do Valongo, rua do Comércio, Cadeia Velha (Pça. dos Andradas), Sociedade Humanitária e Teatro Coliseu. O “soul brasileiro” da cantora Paula Lima foi uma das atrações da Maratona.
O prefeito J.P. Tavares Papa abriu o evento, salientando a intenção de trazer o santista para o Centro Histórico.
“É importante que todos conheçam a riqueza do centro e nada melhor que uma festa como esta, com diversão e muita paz”.