Sábado, 23 Novembro 2024

A Copa do Mundo é o segundo maior evento esportivo mundial, ficando atrás apenas dos Jogos Olímpicos de Verão, mais conhecidos como “Olimpíadas”. Realizada a cada quatro anos, desde 1930 (vitória do Uruguai), exceto nos anos de 1942 e 1946 devido à Segunda Guerra Mundial, costuma trazer alegria a muitos brasileiros. Acredito que já faz parte do nosso calendário cultural, algo assim como o Carnaval.

 

O Brasil, exclusivo país pentacampeão, é o único a ter vencido o torneio fora do seu continente e também o único que participou de todas as Copas. Não há nem outro “tetra”. A Alemanha e a Itália são tricampeãs e a Argentina e o Uruguai são seleções bicampeãs, enquanto que Inglaterra e França possuem apenas um título no Campeonato Mundial de Futebol.

 

Dizem que muitas seleções européias desistiram de participar da primeira Copa no Uruguai devido à longa e cansativa viagem pelo Oceano Atlântico. Naquela época, a cidade de Santos já era cosmopolita, havendo diversos consulados estrangeiros para dar suporte aos imigrantes e para atender as tripulações dos navios de bandeiras internacionais que atracavam no porto santista.

 

A grande Praça dos Andradas já estava urbanizada. A Praça Mauá, no final dos anos 30, era remodelada para seguir a ambientação do Palácio de Versailles de Paris, estilo da construção que a nova sede da Prefeitura e da Câmara de Santos reproduziu no Palácio José Bonifácio – o Paço Municipal de Santos.

 

Foto: www.novomilenio.inf.br


1947 - Corre-corre de uma Cidade em crescimento, com o comércio prosperando em torno do Paço Municipal
 

No guia turístico "L'État de Saint Paul" de 1926, o francês A. D'Atri escreve:

 

"Prefiro não dizer como era esta cidade há apenas 30 anos, quando a visitei pela primeira vez. Hoje, ela ergue-se soberba sobre o litoral do Atlântico e belos edifícios, palácios modernos e monumentos arquitetônicos surgem alinhados em ruas retificadas e ensolaradas como as das cidades marítimas mais reputadas da Europa. Os estrangeiros que visitam Santos manifestam marcada preferência pela Rua XV de Novembro, ladeada de edifícios de construção recente, grandes hotéis, luxuosos restaurantes e movimentados cafés.
A população não soma menos de cem mil habitantes, sem contar a população de passagem, aquela que de manhã invade Santos para seus negócios e retorna à tarde a São Paulo ou outras cidades vizinhas. Assim se explica a vida movimentada e atarefada que mantém em contínua efervescência esta cidade marítima e comercial. A região situada entre a parte urbana e a suburbana não está inteiramente edificada. Na verdade, muitas ruas têm sido abertas recentemente, em várias direções, dando origem aos bairros populosos do Paquetá, Macuco e Vila Mathias, onde as construções visam principalmente às necessidades da classe média e do proletariado. Por outra parte, as avenidas e praias atestam, pela ostentação graciosa de seus hotéis e suas vilas modernas, o ímpeto progressista que vem transformando vertiginosamente esta velha cidade."

 

O desenvolvimento da indústria automobilística e a construção da Via Anchieta, em meados do século XX, facilitando o acesso à Baixada Santista, incentivaram a especulação imobiliária. Em Santos, os palacetes dos “Barões do Café” e diversos outros importantes imóveis como o Parque Indígena (no bairro do Boqueirão) e o Parque Balneário (no Gonzaga), assim como inúmeras casas com seus longos quintais, foram sacrificados.


Foto: http://cartaopostal.collector3.com

Depois do euforismo “Brasil: Tri-Campeão” da Copa do Mundo de 1970, no México, desenrolaram-se duas décadas com menos brilho para o município de Santos. O Brasil só voltou a ser campeão em 1994, ganhando por pênaltis da Itália, nos EUA. Será que a cidade se ressentia com as derrotas da Seleção Brasileira?

 

Ao final dos anos 70 e na década de 80, as praias santistas encontravam-se poluídas e o patrimônio arquitetônico deteriorado. O Centro mergulhava num marasmo (muito maior que o atual) causado principalmente pela transferência gradativa do comércio para o Gonzaga.

 

E hoje, como estamos?

 

Esta é uma outra história.

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