Terça, 30 Abril 2024

Nestes tempos de início de ano, as boas expectativas levam tudo a começar bem branquinho e limpinho. Os dias vão passando e na seqüência a sujeira aparece, escorre, e borra as roupas e a pele.

 

Foto: Charles Naseh

 

Uma criação da estilista Raquel Uendi apresenta a “Fruteira Pollock”, que adorna a cabeça da modelo. As peças leves e alvas do vestuário, assim como a face e o corpo da mulher são respingados por groselha, formando riscos e manchas. O efeito estético revela uma certa dramaticidade, mas também aponta para o pragmatismo da vida. Não é uma delícia saborear uma fruta suculenta e se lambuzar toda?

 

A rapidez para driblar situações críticas é vendida como fórmula em livros e seminários. Nas duas últimas semanas, nesta coluna, falamos sobre a nossa preocupação com a falta  de claridade do tempo atual e com a dificuldade para que duas pessoas vejam a mesma coisa de forma semelhante. Não esquecemos de mencionar também algumas conquistas nas questões relacionadas ao binômio porto-cidade.

 

Resolver rapidamente os problemas é um outro problema...A situação econômica do Brasil surge como pano de fundo. Um pano de balança comercial recorde, queda do “risco-Brasil” e da inflação, manchado de elevados custos com a máquina pública, alta carga tributária e baixo índice de crescimento econômico.

 

O país encerrou 2005 em posição desprezível entre os demais países da América Latina e Caribe. De acordo com o levantamento da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe – Cepal – o Brasil amargará o segundo pior índice de crescimento da região: 2,5% do PIB (Produto Interno Bruto).

 

Os dois países que mais cresceram na região foram Venezuela (9%) e Argentina (8,6%). Registraram índices entre 5,5% e 7%, Chile, Panamá, Peru, República Dominicana e Uruguai. A média anual de crescimento dos países da América Latina e Caribe foi de 4,3%, sendo este o terceiro ano consecutivo de crescimento da região.

 

Segundo a Cepal, houve um benefício do “entorno favorável da economia mundial, que cresceu 3,3% em 2005”. Para 2006, a previsão do crescimento médio é de 4,1%. Entretanto, o relatório da Comissão menciona que a média registrada para o período de 2003 a 2006 no conjunto dos países em desenvolvimento de todo o mundo é de 5,7% (superior aos 4,1% previstos para a América Latina e Caribe).

 

No Brasil, a política econômica restritiva, combinada com as altas taxas de juros, desacelerou o crescimento de 2004 (4,9%), afetando em 2005 os três grandes setores da economia brasileira: agrícola (cresceu 1,5% contra 5,3% em 2004); industrial (cresceu 2,9% contra 6,2% em 2004) e setor de serviços (cresceu 2,1% contra 3,3% em 2004).

 

No Porto de Santos, a quantidade de navios e o volume de carga movimentada dobraram nos últimos cinco anos. Continuamos a ser o maior porto da América Latina. Contudo, o Porto não é só carga. É também, e muito, gente.

 

O secretário de Estado dos Transportes, Dario Rais Lopes, afirmou no seminário Definições Estratégicas de Política para os Portos (promovido pelo Ministério dos Transportes), em dezembro de 2005, que “Santos tem um alto índice de qualidade de vida. Isso deve ser valorizado e preservado; esta manutenção da qualidade é o desafio de todos que têm responsabilidades sobre destinos da Cidade e do Porto”.

 

Então, vamos todos carregar as saborosas frutas...

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