Sábado, 23 Novembro 2024

Transporte e trânsito são temas que se relacionam diretamente com o desenvolvimento econômico de uma região e também com a qualidade de vida de seus habitantes. Na semana passada, técnicos e especialistas de trânsito puderam debater temas como o barateamento das tarifas e as licitações do transporte coletivo.

 

O 32º Fórum Paulista de Secretários e Dirigentes de Transporte e Trânsito realizou-se num edifício histórico de Santos – a Estação do Valongo. O Largo Marquês de Monte Alegre não tem mais o encanto do século XIX, quando as locomotivas a vapor impulsionavam o desenvolvimento da cidade. A antiga estação ferroviária Santos-Jundiaí, edificação de estilo eclético com influência vitoriana (inglesa), agora só recepciona o Bonde Turístico.

 

Em 1867, quando a SP Railway foi inaugurada, o modesto núcleo urbano santista ganhou novas perspectivas de emprego e crescimento na área comercial. As tropas de muares (mulas e burros) passaram a ser substituídas pelas ferrovias. A elite e os comerciantes que habitavam o Valongo podiam se deslocar mais facilmente para São Paulo, fixando moradia lá e vindo a Santos para negócios.

 

O arquiteto e professor de História, Carlos Eduardo Finochio, informa que: “Como o estilo neoclássico estava de acordo com os interesses econômicos da Inglaterra, as janelas de madeira e treliças das casas começaram a ser substituídas por vidros. Isso também vai moldar a arquitetura santista, um exemplo é a própria Estação do Valongo”.

 

Foto: Estação Ferroviária do Valongo

http://www.santos.sp.gov.br/turismo/centro/santosjundiai.html

 

As primeiras ferrovias, quando chegaram ao Brasil, em 1852, contaram com capital privado inglês, viabilizado através de concessões do governo. Entre o início da década de 40 e o fim da década de 50 do século XX, os incentivos foram sendo cortados e a “política rodoviarista” passou a predominar.

 

Nesta época, a maioria dos 30 mil quilômetros de linhas férreas existente pertencia à RFFSA – Rede Ferroviária Federal S. A.

(22000 km). Entretanto, diversas outras ferrovias espalharam-se pelo território nacional, como Central do Brasil, São Paulo Railway, Madeira-Mamoré, Oeste de Minas, Mogiana, Sorocabana, Paulista, Rede Mineira de Viação e Curitiba-Paranaguá.

 

Até as três primeiras décadas do século passado, as estradas de ferro eram o único meio eficaz de transporte de passageiros e de cargas. Vários núcleos urbanos surgiram a partir do caminho desbravador da linha férrea. O quadro mudou com a concorrência do transporte rodoviário e a falta de planejamento estratégico, levando o sistema ferroviário a operar em regime deficitário.
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