Sexta, 29 Março 2024

A importância estratégica da cidade portuária de Santos para o Brasil não é novidade para a maioria das pessoas. Assim como a relação estreita que a economia e a expansão urbanas guardam com o crescimento do Porto. Parece, no entanto, que algumas particularidades da história da formação da sociedade brasileira afastaram o povo das potencialidades de desenvolvimento que o mar oferece.

O velejador Lars Grael, na tarde do último dia 26 de abril, participou do painel “A importância econômica, cultural e esportiva das marinas públicas nos projetos de revitalização portuária”, parte da programação do “Seminário Internacional: Revitalização de Áreas Portuárias e Integração Urbana”, realizado em Santos. A princípio ele considerou que o brasileiro tem uma espécie de bloqueio cultural em relação às marinas. “Há uma visão negativa da cultura náutica. Seria interessante fazer uma pesquisa histórica e antropológica para confirmar esta hipótese.”

Foto: Felipe Haddad/www.ioerj.com.br

O velejador Lars Grael é um dos 10 atletas
beneficiados pela Lei de Incentivo ao Esporte
do Governo do Estado do Rio de Janeiro

No Seminário Internacional, Grael relatou que o mar, desde a chegada dos europeus nos séculos XV e XVI, e talvez antes também, tem sido percebido como um veículo de desgraças. Além das questões naturais, que evidenciam a força da natureza, por vezes incontrolável, existem os aspectos sociais. A invasão das terras indígenas, a exploração dos recursos naturais e o extermínio de várias tribos ocorreram a partir da chegada dos navegadores colonizadores. Os povos africanos foram arrancados de seu continente natal, escravizados e transportados via marítima para trabalhar no Novo Mundo. Mais tarde, os imigrantes europeus e asiáticos, que fugindo das dificuldades de vida em seus países, enfrentaram as precárias condições de viagem nas embarcações que cruzavam os mares.

O modo de olhar o mar pode ser diferente. Atualmente as marinas públicas não precisam ser vistas apenas como lugares elitizados. Como diz o velejador: “... não basta fazer a marina para os bacanas”. O espaço náutico deve criar as pontes de acesso das pessoas ao mar. O Projeto Navega São Paulo, por exemplo, é uma forma de parceria com a administração pública que facilita este acesso e merece ser ampliado com as novas oportunidades do Porto Valongo.

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